Depois de oito longos anos, os fãs de “Prison Break” puderam reencontrar Michael Scofield (Wentworth Miller) e Lincoln Burrows (Dominic Purcell) em mais uma temporada, cheia de ação e conspirações. No entanto, a ansiedade pelos novos episódios deixou a expectativa tão alta que foi difícil não se decepcionar com a estreia do revival.
Isso levanta uma simples questão: será que a série precisava mesmo de uma sequência? Cuidado, a matéria contém spoilers!
Falhas na 5ª temporada de “Prison Break”
A nostalgia é a grande arma do retorno de “Prison Break”, que aposta em retomar a estética da série original para prender os fãs antigos logo de cara. Porém, a falta de inovação no enredo e explicações apressadas sobre a vida dos personagens tornou o primeiro episódio sem graça, difícil de ganhar a atenção de novos espectadores.
A continuação se passa oito anos depois do término da série e fala do reaparecimento de Scofield, que não está morto. Ele forjou a doença incurável no fim da 4ª temporada, enganou a todos e foi parar na prisão de Ogydia, no Iêmen, onde assumiu a identidade de um terrorista internacional.
Quando Burrows recebe uma foto do irmão, ele imediatamente recruta os antigos personagens, como Sara (Sarah Wayne Callies), C-Note (Rockmond Dunbar) e Sucre (Amaury Nolasco) para resgatar Scofield. Mas, como sempre, eles passam a ser perseguidos por um grupo misterioso, semelhante à antiga Companhia, que faz de tudo para impedir que eles se encontrem.
Depois de muita resistência, Burrows consegue chegar à Ogydia, junto com C-Note, e solicita um encontro com Scofield. Para a surpresa de todos, porém, o engenheiro finge que não conhece o irmão, possui duas tatuagens novas nas palmas das mãos e é tratado como uma divindade dentro da cadeia.
Claro que deve haver um bom mistério por trás disso e não vemos a hora de sermos enganados por Scofield. No entanto, fica o sentimento de passado, de já ter visto tudo isso nas temporadas anteriores. Onde que “Prison Break” está errando, afinal?
Pressa nas explicações
Tudo acontece muito rápido no 1º episódio. Nem parece que os personagens ficaram anos sem se encontrar, e o que eles fizeram durante todo esse tempo fica sem uma resposta. Burrows encontra C-Note em uma mesquita islâmica, com a maior facilidade, e Sucre simplesmente surge com uma mala, pronto para ir junto ao Iêmen. Não fez sentido.
Perseguições exaustivas
Até chegar em Ogydia, Burrows é perseguido três vezes, pelo mesmo grupo misterioso que está por trás do sumiço de Scofield. São emboscadas anunciadas, que não causaram a menor surpresa no público.
Facilidade em obter informações
Outro fato curioso é a falta de obstáculos no caminho de Burrows. Ele abre o túmulo do irmão, para confirmar se ele estava mesmo vivo, com a maior facilidade do mundo. Além disso, consegue descobrir que Scofield usa outra identidade em questão de minutos, algo inimaginável nas temporadas originais. Cadê a criatividade?
Reencontro sem emoção
Que Burrows não é um cara muito expressivo, nós já sabemos. No entanto, depois de oito anos achando que o irmão estava morto, esperávamos um pouquinho mais de emoção no reencontro dos dois. Enquanto Scofield finge que nem o conhece, Burrows não fica surpreso em vê-lo, e diz apenas que irá tirá-lo dali. Uma cena que poderia ser emocionante, caiu na mesmice.
Parada no tempo
É importante ressaltar que, em oito anos, todo o contexto da série mudou. São tempos de internet, smartphones e alta tecnologia, ainda que em um país estrangeiro, e “Prison Break” parece não ter acompanhado essa evolução. A cena da invasão à casa de Sara, por exemplo, poderia ter sido bem diferente, se cada personagem estivesse com um celular por perto.
Menção honrosa: figuração no Iêmen
Em meio aos erros, há um ponto positivo a ser levado em conta. Embora as cenas no Iêmen só tenham aparecido no final do episódio, a ideia de o país estar enfrentando uma guerra civil construiu toda a atmosfera da cidade, com pessoas carregando armas e bombas explodindo o tempo todo. Parecem cenas reais, e os figurantes são a peça-chave nesse contexto.
Não se sabe ainda se “Prison Break” continuará dessa forma, afinal, já fomos muito surpreendidos por Michael Scofield nos episódios anteriores. A série está sendo exibida na Fox, às terças, a partir das 23h.
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