A segunda temporada de “The Crown” trouxe ainda mais emoções do que a primeira e mostrou a Inglaterra e a família real passando por diversas instabilidades, tirando o foco da Rainha e trazendo à tona outros personagens e enredos importantes.
Confira onze acontecimentos históricos e reais que marcaram os episódios.
Fatos reais na 2ª temporada de “The Crown”
Tensão no Egito
Logo no início da segunda temporada de “The Crown”, a guerra ilegal no Egito pelo controle do Canal de Suez, que faz a ligação entre o porto egípcio de Port-Said, localizado no Mar Mediterrâneo, ao porto de Suez, no Mar Vermelho, agitou o governo britânico e foi considerado um conflito alarmante em escala mundial. A série mostrou as rebeliões e articulações de Gamal Abdel Nasser no país, tensões na tomada de decisões pelo primeiro ministro inglês, Anthony Eden (Jeremy Northam), e a intervenção dos soldados das Forças Armadas de Sua Majestade no confronto.
Boatos de traição no casamento real
Insatisfeita com a ausência constante do marido Mike (Daniel Ings), secretário que embarcou ao lado de Philip (Matt Smith) em uma turnê, Eileen (Chloe Pirrie) decide investigar o clube masculino frequentado pela dupla e descobre as traições de Mike, dando entrada no pedido de divórcio do marido e forçando membros do governo ligados ao Palácio de Buckingham a amenizar especulações sobre o casamento da Rainha Elizabeth II (Claire Foy) com Philip após a notícia vir à tona.
O resultado foi o afastamento do funcionário, que na vida real teria renunciado ao cargo, mas na série foi demitido. Todo o restante foi baseado em fatos reais e mostrou como surgiram os rumores que levaram ao inesperado reencontro entre Elizabeth e Philip à bordo do iate real em Portugal.
Simpatia nazista do Duque de Windsor
As descobertas sobre o Duque de Windsor (Alex Jennings) foram as mais surpreendentes da segunda temporada de “The Crown”. O tio de Elizabeth II, que abdicou o trono para se casar com um mulher divorciada, manteve ligações nazistas após visitar a Alemanha, em 1937, acompanhado pela esposa.
Por intervenção dos Estados Unidos, uma série de telegramas alemães levantaram suspeitas de que o duque simpatizava com o regime de Hitler e revelaram que ele, supostamente, estaria a par de um plano para recolocá-lo no trono do Reino Unido. Como mostrado pela série, o governo britânico e a família real tentaram abafar o caso, mas o conteúdo dos documentos se tornou público em 1957. Imagens reais do Duque examinando tropas nazistas foram exibidas ao final do episódio “Vergangenheit”, palavra alemã que significa passado, em “The Crown”.
Renúncia de dois primeiro-ministros
Depois de desejar por muito tempo a posição de primeiro-mistro, Anthony Eden substituiu Winston Churchill e atravessou um período politicamente conturbado na Inglaterra. A série mostra a piora gradual da saúde de Anthony, que teria passado por uma cirurgia ainda na primeira temporada de “The Crown”, mas não conseguiu se recuperar totalmente e, mesmo depois de um afastamento temporário, teve que renunciar ao cargo em 1957, no meio da crise diplomática provocada pela guerra ilegal no Egito.
Harold Macmillan (Anton Lesser), sucessor de Anthony, assumiu a liderança e, no ano de 1963, o terceiro primeiro-ministro também renunciou após um escândalo sobre John Profumo, o Secretário de Estado da Guerra filiado ao seu governo, vir à tona. As relações estabelecidas entre Macmillan e John F. Kennedy (Michael C. Hall) e a sua decisão também foram mostradas pela série.
Casamento da Princesa Margaret
Após sofrer com a inevitável separação de Peter Townsend (Ben Miles), a Princesa Margaret (Vanessa Kirby) se envolveu em um intenso romance com o fotógrafo Antony Armstrong-James (Matthew Goode), que mais tarde se tornou Lord Snowdon. Em “The Crown”, vemos como aconteceu a aproximação entre os dois e o casamento que consagrou Antony o primeiro plebeu, em quatro décadas, a fazer parte da família real.
Historicamente, a união entre os dois trouxe muitas especulações de casos extra-conjugais e, na série, comprovamos o quanto Antony era, de fato, boêmio. Veja uma foto real do dia do casamento:
Críticas de Jackie Kennedy sobre a Rainha
A série recriou a cena da primeira visita do casal Kennedy ao Palácio de Buckingham, ocorrida em 1961, na qual Elizabeth II recebeu o casal americano de portas abertas. Entre alguns comentários e rivalidades imaginadas por Peter Morgan, criador da série, registros históricos provam que Jackie (Jodi Balfour) realmente fez críticas à rainha e, como paciente do médico Max Jacobson, famoso por injetar anfetaminas em seus clientes, fazia uso de medicamentos, como afirmado por ela durante uma conversa com a Rainha na série.
Dança em Gana
Em 1961, Gana ameaçou se afastar da Commonwealth, o que poderia gerar uma aproximação com a Rússia comunista. Como mostrado na série, a Rainha realmente foi até o país para tentar apaziguar a situação e, durante sua visita, dançou com o presidente Kwame Nkrumah. O momento, recriado pela série, não foi uma tentativa de afrontar Jackie Kennedy, mas a atitude de Elizabeth, historicamente, fez com que a tensão fosse resolvida.
Tragédia na família de Philip
Na segunda temporada de “The Crown” são confirmadas as suspeitas que tínhamos sobre a verdadeira história da família do príncipe Philip, que teve uma infância traumática. Sua irmã Cécile (Leonie Benesch) morreu em um acidente de avião junto com o marido, seus dois filhos e um bebê recém-nascido enquanto iam para um casamento em Londres, e o pai de Philip sempre o culpou por não ter evitado que isso acontecesse. O episódio recria fielmente a tragédia e mostra todo sofrimento que ele passou nos anos seguintes.
Relação entre Charles e Philip
O relacionamento entre Charles e Philip nunca foi fácil e “The Crown” recriou muito bem as dificuldades que o jovem príncipe viveu durante sua infância, especialmente os anos em que ele foi forçado a viver na escola interna Gordonstoun durante o Ensino Médio. A instituição é a mesma que Philip estudou e Charles, que sofreu muito durante o período, descreveu a experiência como “uma sentença na prisão”.
O crítico da Rainha
As duras críticas do Lorde Altrincham (John Heffernan) sobre Elizabeth II em seu jornal realmente aconteceram e levaram a um convite para o profissional debater a modernização da monarquia com a Rainha. No entanto, “The Crown” sugere que o artigo de Altrincham tenha sido publicado após um discurso da rainha, em 1957, mas historicamente não foi um ataque a um discurso específico dela, mas sim à mensagem de Natal dela de 1954.
A transmissão de Natal de 57, recriado perfeitamente pela Netflix, já estava programada meses antes das críticas de Altrincham, ao contrário do que sugere a série. Assista abaixo à gravação original:
Encontro com Billy Graham
Em 1955, o americano Billy Graham levou sua cruzada evangelista para a Escócia e, durante estadia também em Londres, foi convidado pela Rainha para uma cerimônia privada na capela do Castelo de Windsor, junto com sua esposa, convidando-os para almoçar. O encontro foi retratado com extrema fidelidade em “The Crown”, fato confirmado a partir dos registros biográficos de Billy.
Além desses acontecimentos, os nascimentos de Andrew e Edward, terceiro e quarto herdeiros do casal real, também são verídicos. As traições de Philipe, ainda que especuladas pela série, não puderam ser confirmadas.
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