Pai de Leandro Hassum foi preso no fim de 1994 por ligação com a máfia italiana e tráfico de drogas e armas.
O humorista Leandro Hassum é pai e um avô babão, mas precisou superar a vida dupla e prisão do próprio pai para formar sua família. Sua neta, Aurora, de quase 11 meses, veio pra preencher o vazio que seu passado ainda deixava.
“Foram 21 anos de mentira. Dia dos Pais não tinha muito sentido pra mim, Natal… nada tinha muito sentido. E hoje, tudo voltou a fazer sentido”, relatou emocionado o ator.
Vida virou de cabeça pra baixo
O pai de Hassum foi preso em dezembro de 1994 por tráfico de drogas e armas, além de ligação com a máfia italiana.
“Foi como se tivesse um corte na minha vida, de 21 anos que eu vivi numa mentira. Então foi muito dolorido, muito sofrido”, desabafou o ator em entrevista ao quadro Pode Perguntar, do Fantástico, da TV Globo.
Hassum contou que o pai trabalhava com exportação e que a família era muito bem sucedida financeiramente.
“Eu fui de 100 a 0, como se tivesse batido no muro de frente em um segundo. No dia seguinte, tudo que a gente tinha foi bloqueado. Eu passei a vender salgadinho na porta do teatro pra poder me sustentar e pagar o ônibus que eu pegava.”
O baque foi tão grande na vida do ator que até hoje ele trata do assunto em terapia.
Quando a filha, Pietra, hoje com 25 anos, nasceu, as dificuldades aumentaram ainda mais. “Eu pagava uma conta de luz um mês e atrasava a de água. Aí eu pagava a de água e atrasava a luz.”
Ele chegou a usar um isopor com gelo para manter o leite da filha refrigerado quando cortaram a luz de sua casa por falta de pagamento.
A luta era diária, e Hassum ganhava dinheiro se vestindo de palhaço em festa infantil e de Papai Noel em shopping.
“Eu falei um dia pro meu pai: ‘Pai, eu te perdoo, porque mesmo no erro, você me mostrou o homem que eu não quero ser’.”
Chegada da neta de Hassum
Já muito emocionado na entrevista, o ator foi questionado se o amor que sente pela neta, Aurora, o ajudou a superar o ressentimento que teve com o pai.
“Sem dúvida nenhuma. Apesar disso tudo, nos 21 anos [que tive com meu pai], as festas eram na minha casa: Natal, Ano Novo, Páscoa… Ele escondia ovinhos e fazia com maisena a patinha do coelho pra gente procurar. Quando tudo aconteceu, não fazia mais sentido comemorar nada.
Aí eu me caso, tenho uma filha. Hoje, eu não preciso me vestir de Papai Noel pra comprar o presente dela, mas, no primeiro Natal da minha neta, eu me vesti de Papai Noel pra ela. Hoje, tudo voltou a fazer sentido.”