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O novo filme da DC Comics, que promete um estouro nas bilheterias, “ Batman vs. Superman: A Origem da Justiça”, não é uma luta do bem contra o mal. Os heróis se enfrentam, suspeitam um do outro, têm uma rixa… Mas a grande verdade é que o diretor Zack Snyder fez do filme um atalho ante as elaboradas ‘fases’ da arquirrival Marvel, que construiu um universo próprio apresentando cada herói (“Capitão América: Guerra Civil”, que estreia em abril, já é o 13º longa, para se ter uma ideia).
O Batman de Ben Affleck é lacônico e, ao contrário da franquia protagonizada por Christian Bale, é bem mais apegado aos aparatos tecnológicos. Vinte anos depois de sua ‘figuração’ como o sombrio herói de Gotham, Batman usa a experiência ao seu lado naquilo que faz melhor: ser vigilante.
E a parte da vigilância é um dos poucos atrativos da primeira metade do filme. Ele é o termômetro de uma competição do ‘alien versus o humano’, o ‘motivado pelas questões morais versus o super poderoso de outro planeta’.
Mesmo o espectador fanático pelas HQs espera uma luta espetacular de Batman versus Superman, mas ela é relativizada: o Homem-Morcego se apega ao ponto fraco do Homem de Aço (Henry Cavill) porque, bom, seria a única forma de neutralizá-lo. Colocando em outros termos: até uma criança de 5 anos imaginaria o enredo daquela batalha.
Em vez de lutas fabulosas, o que “Batman vs. Superman: A Origem da Justiça” entrega é uma nova cartilha. Ao resumir o contexto de cada herói, Snyder ‘cortou o caminho’ que a Marvel pavimentou em seis filmes antes do primeiro “Os Vingadores” (2012). Resultado? Introdução repentina de muitos personagens, algo que pesa bastante na primeira metade do filme, bastante modorrenta. A ideia, nesse caso, é criar a Liga da Justiça a tempo de disputar bilheteria com os Vingadores.
Mulher Maravilha e Lois Lane
Melhor que Batman e Superman é a entrada da Mulher Maravilha, já antecipada no primeiro trailer de divulgação. Sua participação é repentina e mal contextualizada, mas a representatividade da heroína é valorizada pela atuação de Gal Gadot, mesmo que sob vigilância de Bruce Wayne (Affleck). Se tem algo que, com efeito, “Batman vs Superman” conseguiu com êxito é despertar interesse para o filme “Mulher Maravilha”, que sai em junho de 2017 sob direção de Patty Jenkins.
Lois Lane (Amy Adams), no entanto, é ainda melhor que a heroína. Ela representa a independência da mulher, incorporada aos poucos pela Marvel ( principalmente na série “Jessica Jones”) e convence muito mais como ‘humana’ do que o ‘bem-intencionado’ Batman.
A escolha pela atriz indicada ao Oscar por “Trapaça” (2013) soou muito mais relevante agora que no anterior “O Homem de Aço” (2013). Lois representa o anseio, as dores e as direções dos olhares subestimados dos poderosos em relação aos humanos. Por mais que o filme seja repleto de efeitos especiais fantásticos, lutas épicas e ação desenfreada, o melhor reside naquilo que poucos esperavam: Lois, que parecia ser um detalhe, é o grande trunfo de “Batman vs. Superman”.
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E quanto ao vilão Lex Luthor?
O personagem de Jesse Eisenberg lembra muito aquele Mark Zuckerberg de “A Rede Social” (2012): excêntrico, inteligente, improvável e absurdamente rico. Seu cinismo ganha contornos desajustados – e, assim como o ritmo lento do filme, demora para que o espectador crie algum tipo de empatia por Lex Luthor.
A melhor cena com ele, talvez, seja a final – mesmo quem não leu as HQs há de concordar.
Ah, mais um detalhe
O ‘lado humano’ do Superman, Clark Kent, pode ter atingido a irrelevância máxima no filme. Mas um dos pontos positivos do filme de Snyder é realçar a atuação de Henry Cavill como o herói de Krypton.
Toda a representatividade do personagem, tanto nas HQs como em filmes anteriores, foi reforçada. Mais que protocolar, o Superman de Cavill é a pura personificação de um arquétipo. A DC realmente acertou em cheio ao escolhê-lo como Homem de Aço.
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Batman ou Superman: Qual dos super-heróis é você?
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