Autor do livro que inspirou “Pssica” se baseou em relatos da vida real para construir a história
“Pssica”, minissérie brasileira que segue em alta na Netflix, se tornou uma das grandes estreias de 2025 no streaming. Baseada no livro homônimo de Edyr Augusto, de 2015, a produção teve inspiração em situações da vida real para construir uma atmosfera cheia de temas sociais fortes e necessários.
Confira detalhes!
“Pssica” é baseada em história real? Autor comenta
Dirigida por Quico Meirelles, “Pssica” conta ainda com um episódio assinado por Fernando Meirelles — indicado ao Oscar pelo filme “Cidade de Deus” (2002). A minissérie acompanha os caminhos de três desconhecidos, que creem estar amaldiçoados, quando se cruzam enquanto navegam pelas águas do Rio Amazonas.
Os protagonistas, no entanto, vivem seus próprios dilemas e conflitos. Janalice (Domithila Catete) é sequestrada por uma quadrilha de tráfico humano, Preá (Lucas Galvino) precisa tomar decisão sobre o destino como chefe de uma gangue de ratos d’água e Mariangel (Marleyda Soto) está em busca de vingança pelo assassinato de sua família.
“O livro aborda um problema real que acontece no mundo todo, não somente aqui na Amazônia, não somente em Belém (PA)”, explicou o autor, à rádio Itatiaia. “Colecionei notícias de jornais locais durante uns dois anos, porque queria escrever sobre isso. Então, houve uma inspiração concreta para escrever Pssica”.
A minissérie apresenta temas como, por exemplo, abuso sexual, vingança e a violência urbana que molda realidades e cria vítimas, com um retrato fiel da Amazônia, na visão de muitos espectadores. Para construir a obra original, Edyr colheu relatos em cidades do Pará, como Breves, Faro e Afuá, onde a lei não chega, assim como Belém, uma das capitais mais perigosas do mundo.
Autor comenta mudanças em “Pssica”
Apesar da Netflix ter feito algumas modificações na história de Janice, vítima do tráfico de pessoas, Edyr Augusto leu o roteiro e, em seguida, aprovou a condução do enredo. “Eu acho que são gêneros diferentes. Uma coisa é o livro, outra é a série. Como gênero distinto, é preciso ter outros movimentos, algumas sugestões, personagens que se unem em um só para dar mais agilidade”.
“Enfim, compreendo tudo isso, não vejo problema nenhum. Estou muito satisfeito. Eu escrevi o livro, espero que todos leiam, e espero também que assistam à série”, declarou, por fim. De acordo com o portal Minha Série, casos envolvendo traficantes, prostitutas e pessoas em situação de rua ajudaram Edyr a construir a narrativa.
O autor também explicou o significado de “pssica”. “Falamos muito em Belém quando se quer desejar azar para alguém. Você deseja uma psica para a pessoa. Quando um jogador vai cobrar um pênalti contra o seu time e você quer que ele erre, você fala ‘psica”’.
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