O que é verdade e o que é ficção em “Monstro: A História de Ed Gein” na Netflix

“Monstro: A História de Ed Gein”: o que é real e o que é ficção na série sobre o serial killer tenebroso

“Monstro: A História de Ed Gein” apresenta a história real e chocante de Ed Gein, mais conhecido como “o açougueiro de Plainfield”. O ladrão de cadáveres humanos e serial killer chocou os Estados Unidos na década de 1950 e, recentemente, teve sua trajetória relembrada pela Netflix, que utilizou licença poética e ficção para dramatizar a vida e os crimes cometidos por ele.

Saiba o que é verdade e o que é ficção na série do streaming!

O que é real e o que é ficção em “Monstro: A História de Ed Gein”

Autoritarismo de Augustina Gein foi real

Na vida real, Augusta, interpretada na ficção por Laurie Metcalf, era uma figura dominadora, extremamente religiosa e autoritária, cuja morte foi o catalisador para os crimes de Ed Gein. O quarto dela na fazenda foi mantido imaculado após sua partida.

A forte relação entre os dois, como resultado, foi retratada com destaque pela nova temporada de “Monstros”. Entretanto, a série tende a simbolizar a rigidez e o abuso psicológico em vez de reproduzir de forma literal o fanatismo extremo e o controle.

“Monstro: A História de Ed Gein” (Crédito: Netflix © 2025)

Ed Gein matou o irmão Henry?

A construção de Ed Gein, interpretado por Charlie Hunnam, na série da Netflix, deixou o público em dúvida se seria possível que tivesse matado o irmão, Henry. A versão original dos fatos, da mesma forma que mostrado no streaming, aponta morte por asfixia, com queimaduras muito superficiais.

Portanto, a pancada na cabeça dada por Ed foi uma liberdade criativa tomada pela Netflix, com a possibilidade de representar uma forma de retratar melhor sua esquizofrenia. De acordo com a autópsia real do corpo de Henry, a agressão não aconteceu de verdade.

Crimes cometidos por Ed Gein

Ed Gein realmente exumou túmulos de mulheres de meia-idade, roubando partes dos corpos para criar “artefatos” macabros (como um cinto de mamilos, máscaras de pele e móveis, por exemplo). O fato foi retratado com fidelidade pela Netflix, que, por vezes, focou mais no drama psicológico do que no horror físico.

Charlie Hunnam como Ed Gein em “Monstro” (Crédito: Netflix © 2025)

É verídico que Ed Gein confessou o assassinato de duas vítimas: Bernice Worden (1957) e Mary Hogan (1954), negando ter matado Evelyn Hartley, que também desapareceu. O bandido atirou nas duas, em lojas locais, sendo preso após investigações do segundo caso, com pistas que levaram os policiais até o serial killer.

Ed Gein, em contrapartida, negou ter tido relações sexuais com os corpos mortos ou praticado canibalismo. O criminoso alegou que os corpos “cheiravam muito mal”. A série mostra o serial killer praticando necrofilia com um cadáver, mas o ato não foi comprovado.

Relação de Ed Gein com Adeline Watkins foi ficção

Adeline Watkins existiu e conviveu com Ed Gein, descrevendo-o como um homem “doce e reservado”. No entanto, negou publicamente a proposta de casamento, revelando que fingiu terem sido um casal e garantindo que eram apenas amigos.

Ed Gein, nesse meio tempo, nunca comentou sobre o suposto envolvimento. A série da Netflix, eventualmente, dramatiza Adeline (Suzanna Son) como noiva e um dos poucos laços afetivos que Ed tentou criar, exagerando a profundidade do relacionamento para o drama.

“Monstro: A História de Ed Gein” (Crédito: Netflix © 2025)

Também não é verídico que Ed Gein se inspirou em Ilse Koch, que existiu na vida real, para cometer seus crimes. Guarda e secretária alemã no campo de concentração de Sachsenhausen, a “Piranha de Buchenwald” ficou marcada por colecionar pedaços de pele tatuada de prisioneiros como “souvenirs”.

Mais diferenças sobre Ed Gein

Ed Gein trabalhou como babá, mas não há evidências de que ele tenha assustado crianças da forma retratada pela série da Netflix. A plataforma de streaming exagerou ou distorceu algumas cenas para aumentar o sentimento de horror ou a ironia.

Mais uma diferença entre a série e a vida real, Ryan Murphy e sua equipe deixaram o público em dúvida se Ed Gein utilizou a carne de suas vítimas para presentear moradores da cidade onde vivia. Contudo, não existem evidências de que isso aconteceu.

Charlie Hunnam como Ed Gein em “Monstro” (Crédito: Netflix © 2025)

Não é verídico que o leilão feito na casa de Ed Gein contou com o aval e a participação do filho real de Bernice Worden. A adaptação foi totalmente fictícia, com a finalidade de mostrar a revolta do herdeiro, que perdeu a mãe de forma violenta.

Ed Gein ajudou a capturar Ted Bundy na vida real?

Ed Gein não participou da captura de Ted Bundy e o plot é inteiramente fictício. Não existem evidências concretas de que o serial killer tenha colaborado com o FBI ou a Unidade de Ciências Comportamentais após sua prisão.

No final da temporada, Ed Gein acaba vendo outros assassinos, mas tudo faz parte das alucinações de sua esquizofrenia, em referência à “Mindhunter” (2017). A cena em que Ed Gein ajuda a polícia a capturar Ted, em conclusão, foi pura ficção e exagero dramático, sem base histórica.

“Monstro: A História de Ed Gein” está disponível na Netflix.

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