Como foi o desaparecimento da irmã de Victor Belfort? Série relembra episódio

Irmã de Victor Belfort, Priscila saiu para almoçar, durante o trabalho, atraindo atenção global para o seu desaparecimento

O caso do desaparecimento de Priscila Belfort, irmã do lutador Victor Belfort, voltou a ganhar repercussão. O episódio, abordado pela série documental de quatro episódios “Volta Priscila”, do Star+, dentro do catálogo do Disney+, segue sem desfecho. Relembre o que aconteceu!

Desaparecimento da irmã de Victor Belfort: o que aconteceu

Priscila desapareceu, aos 29 anos, em 9 de janeiro de 2004. A jovem trabalhava na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro, localizada na Avenida Presidente Vargas, região central da cidade.

Apesar de estar em uma das avenidas mais movimentadas do Rio de Janeiro, quando saiu para almoçar, Priscila nunca mais retornou. Naquele mesmo dia, Priscila acordou com cólica, indisposta e pegou carona com a mãe.

De acordo com  a investigação, Priscila chegou ao escritório por volta de 11h e fez algumas ligações telefônicas. Um funcionário do prédio, além disso, notou que estava caminhando distraída, por volta das 13h, na Avenida Marechal Floriano, próxima à Presidente Vargas.

Priscila Belfort, irmã de Victor Belfort, ganha série documental (Crédito: Divulgação/Disney+)

Desde então, Priscila nunca mais foi vista e a família Belfort ainda luta para ter respostas sobre o seu desaparecimento. A mãe, Jovita Belfort, afirmou que estava com pouco dinheiro, sem cartões de banco e com o celular descarregado.

Naquela noite, Victor Belfort foi o responsável por registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da irmã na 14ª DP (Leblon). Em seguida, familiares e amigos se uniram para buscas incansáveis por Priscila, espalhados por todas as ruas do Rio de Janeiro.

Na época, Victor já era um lutador conhecido e tinha casado recentemente com Joana Prado. O grupo de apoio chegou a distribuir panfletos com a foto de Priscila e números do Disque Denúncia. Apesar dos contatos, no entanto, não foram encontradas pistas concretas.

Investigações do desaparecimento de Priscila Belfort

Eventualmente, ainda em 2009, a polícia considerou o desaparecimento como possível crime de extorsão mediante sequestro e o caso começa a ser conduzido pela Delegacia Antissequestro (DAS). Porém, a família nunca chegou a receber contato para resgate.

A família Belfort, inconsolável, chegou a organizar um ato, com a presença de famosos, com camiseta que trazia a seguinte mensagem: “Volta, Priscila”. Nesse meio tempo, a família também sofreu com pistas falsas e pessoas maldosas, levando a polícia a oferecer remuneração de R$ 5 mil para indícios reais, pela primeira vez na história.

Joana Prado e Victor Belfort (Crédito: Reprodução/Instagram @joanapradob)

Em julho de 2004, Dão, o chefe do tráfico do Morro da Providência, comunidade da região central do Rio, chegou à prisão, mas a ausência de provas impediu que permanecesse na cadeia. A polícia, além disso, chegou a organizar operação de busca, após inúmeras ligações do Disque Denúncia, mas não encontrou Priscila no Morro.

Um corpo, carbonizado dentro de um carro, levou a família a fazer teste de DNA para saber se era Priscila, mas o exame deu negativo. Durante esses 20 anos, diversas hipóteses sobre o desaparecimento de Priscila foram levantadas, como sequestro ou assassinato por traficantes, mas o caso permanece em aberto.

Mãe de Priscila e Victor Belfort luta por justiça

Posteriormente ao desaparecimento, Jovita Belfort, mãe de Priscila, se tornou ativista contra a invisibilidade de pessoas desaparecidas. Como resultado, a Polícia Civil do Rio de Janeiro passou a ter em sua estrutura, a partir de 2014, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

Jovita chegou a ocupar o cargo de superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro. Em contrapartida, o estado criou o sistema “Alerta Pri” em março de 2022.

Priscila e Victor Belfort (Crédito: Reprodução/Instagram @jovitabelfort)

Operado pela Polícia Civil, o sistema enviava um alerta para os telefones de pessoas cadastradas toda vez que uma criança ou adolescente desaparecia no estado. O projeto ajudou a encontrar 27 de 30 crianças desaparecidas no período, porém a falta de acordo com a operadora telefônica levou ao fim.

Segundo dados do Anuário da Segurança Pública, de 2024, Priscila faz parte entre os mais de 80 mil brasileiros desaparecidos no país. O inquérito que investiga o caso chegou a ser arquivado, mas foi reaberto há cerca de dois anos, por conta da gravação da série do Disney+.

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