A família de Lyle e Erik, os irmãos Menendez, manifestou, em grande maioria, apoio ao relato dos assassinos dos pais
Lyle e Erik, os irmãos Menendez, foram responsáveis por um dos crimes que mais chocou os Estados Unidos e o mundo em 1989, ao matarem os pais. Os fatos reais abordados em parte na série da Netflix, no entanto, dividiram opiniões entre os familiares dos condenados, que já se pronunciaram publicamente sobre o caso.
Irmãos Menendez: o que a família declarou sobre o caso
A série sobre um crime real examina as vidas dos irmãos Menendez, condenados pelo assassinato brutal de José Menendez e sua esposa, Kitty. Os dois morreram executados dentro da própria casa, enquanto assistiam TV, em Beverlly Hills (EUA).
A acusação alegava que Lyle e Erik mataram com o intuito de herdar a fortuna da família. Em seguida, a defesa revelou que os dois afirmam ter sofrido abusos físicos e psicológicos dos pais.
O filho mais velho alegou ter sofrido abusos por José e Kitty dos seis aos oito anos. O caçula, por outro lado, demorou anos para conseguir confessar o mesmo ao irmão e só conseguiu ao completar 18 – dias antes do crime.
Em novembro de 1993, Brian Andersen, irmão da mãe dos Menendez, testemunhou sobre o abuso relatado. De acordo com o Los Angeles Times, o tio alegou que José e Kitty Menendez eram pais afetuosos.
Andersen afirmou ainda que os filhos se comportavam mal e gastavam dinheiro de forma inconsequente. A testemunha relembrou um fato no mesmo ano do assassinato onde Lyle mandou o pai “calar a boca” ao perder um jogo.
A justiça considerou que o tio passou muito pouco tempo com a família para formar uma opinião concreta. Apesar disso, Anderson, segundo a reportagem, revelou que José planejava confrontar Lyle sobre seus gastos desenfreados poucas semanas antes do crime.
Para a ABC News, o irmão da vítima voltou a negar que ela teria abusado seus sobrinhos: “A ideia de que Erik e Lyle foram abusados pela minha irmã Kitty é uma loucura absoluta”.
Prima dos irmãos Menendez relatou abuso
Em contrapartida, Diane Vander Molen, prima dos irmãos Menendez, apoiou a versão contada por eles. A testemunha afirmou que Lyle confessou os abusos em 1976, quando tinha apenas 8 anos, durante férias em família.
“Uma noite, eu estava no meu quarto trocando os lençóis da minha cama, e Lyle entrou. Ele ficou muito sério sobre me perguntar se ele poderia dormir na outra cama ao lado da minha e disse que tinha medo de dormir na sua própria cama porque seu pai e ele estavam se tocando lá embaixo, indicando que era sua área genital”, declarou à ABC.
Na época, Diane tinha 17 anos e optou por confrontar Kitty. “E [ela] desceu as escadas, e Lyle já tinha se deitado na cama ao lado da minha, e ela foi em frente e o puxou pelo braço e o levou de volta para cima e eu nunca mais ouvi nada sobre isso”.
A prima afirmou ainda que Lyle “estava com medo de dormir em sua própria cama porque tinha medo de que seu pai entrasse e o molestasse naquela noite”. “Eu sei que eles nunca, jamais teriam feito o que fizeram a menos que sentissem que não tinham escolha — que era eles ou seus pais. Eu acredito muito nisso”, finalizou.
Tias dos irmãos Menendez apoiaram a acusação
Marta Cano, irmã de José, apoia os sobrinhos e declarou que o pai dos irmãos Menendez “era uma pessoa doente. Ele tinha seus traumas”. “Eles não são criminosos. Eles estavam em tanto choque e medo de suas próprias vidas que foi isso que aconteceu”, insistiu à ABC News.
“Como eu me sentiria se alguém tivesse abusado de mim a vida toda e, de repente, ele ficasse bravo na minha frente e viesse até mim? É um mecanismo de defesa que todos nós temos. Você nunca sabia o que faria”, insistiu, ao ser questionada sobre o que faria.
Joan Vandermolen, irmã de Kitty, descreveu José como um homem “intimidador” e acrescentou durante entrevista à NBC Los Angeles: “Minha irmã poderia ter protegido os filhos dela. Esse era o trabalho dela”.
A série “Monstros”, que conta a história dos irmãos Menendez, está disponível na Netflix.
