O que é real no filme “Conclave”: os ritos que realmente acontecem na eleição de um papa

“Conclave” acompanha os bastidores da eleição de um novo papa e toda tradição que cerca o processo em mistura entre o que é real e o que é ficção

Conclave”, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme em 2025, acompanha um dos eventos mais secretos do mundo: a escolha de um novo papa. Mistério, ritual, política e, acima de tudo, tradição se entrelaçam nesse processo, com detalhes verídicos mostrados pelo filme.

Os bastidores da decisão para eleger um novo papa despertaram curiosidade no público, sobretudo após a morte do papa Francisco, que vai resultar em um conclave também fora das telas. “Conclave”, entretanto, utiliza um cenário e um processo real como pano de fundo para uma história de ficção.

Confira o que é real no longa!

O que é real no filme “Conclave”

Elementos reais sobre o processo de eleição

Baseado no livro de mesmo nome do escritor britânico Robert Harris, “Conclave” retrata com precisão alguns detalhes da escolha de um novo papa. O filme mostra os procedimentos desde o momento em que morre um papa – quebrando o seu anel – até quando se inicia o conclave para definir um substituto.

Entre os fatos reais mostrados por “Conclave”, se destacam o lacre do quarto papal após a morte do pontífice, as orações e cânticos em latim, a votação secreta com cédulas, a queima das cédulas e o significado da fumaça preta e branca para anunciar o resultado.

(Crédito: Reprodução/Focus Features)

O filme, além disso, retrata exatamente cardeais chegando com suas malas de pernoite ao iniciarem o processo e cenas deles fumando um cigarro antes. Os quartos na casa de hóspedes – a Domus Sanctae Marthae – onde os cardeais se hospedam durante o conclave também aparecem no filme.

Como acontece a votação no conclave

Assim como o longa mostra, proíbem os cardeais de falar com qualquer pessoa de fora do processo, que pode durar vários dias, e os fazem prestar alguns juramentos obrigatórios. Durante o confinamento, não é permitido ler qualquer notícia ou receber mensagens, momento em que ocorre a varredura da Capela Sistina em busca de qualquer dispositivo de escuta.

Quando autoridade do Vaticano se encontra com os cardeais e diz as palavras “extra omnes” (“todos fora”, em latim), os cardeais podem interagir entre si. Em um conclave, somente autoridades podem entrar e sair da assembleia, atuando como emissários.

(Crédito: Reprodução/Focus Features)

Apenas cardeais abaixo dos 80 anos têm direito a votar. No dia escolhido, eles depositam seu voto em uma orna oval na Capela Sistina, diante da visão do “Juízo Final”, de Michelangelo, fazendo um juramento em latim em seguida. Portanto, o nome eleito deve ser grafado em cédulas de papel, as quais incineram após a apuração.

As rodadas de votação, no entanto, continuam até que um candidato tenha uma supermaioria de dois terços dos votos. Quando um novo papa é elegido, a fumaça branca que sai da chaminé da Capela Sistina, no lugar da preta, como resultado do produto utilizado para queimar as cédulas, sinaliza o começo de uma nova era.

“Conclave” (Crédito: © 2024 Focus Features, LLC)

Tensão política nos conclaves

Por fim, as alianças, os lobbies e as tentativas de convencimento entre os cardeais para angariar votos são representações realistas da dinâmica política que pode ocorrer dentro do conclave. Contudo, a presença de um cardeal “secreto” nomeado pelo papa falecido e que aparece durante o conclave é uma adaptação fictícia.

“Conclave” está disponível no Prime Video. A história foi baseada no livro homônimo de Robert Harris, lançado em 2016, com base em relatos do cardeal inglês Cormac Murphy-O’Connor, que participou dos conclaves de 2005 e 2013.

Filmes