“Conclave”, indicado ao Oscar, revela os segredos e tensões por trás da escolha de um novo papa, com direito a mistério e reviravoltas
Com a recente morte do Papa Francisco, o filme “Conclave” voltou aos holofotes — e não por acaso. A produção, indicada ao Oscar, revela de forma intensa o que acontece por trás das portas fechadas do Vaticano na eleição de um novo pontífice. Com direção de Edward Berger e atuações poderosas, o longa mistura drama, intriga e religião num cenário tão secreto quanto sagrado.
“Conclave” mostra como é eleição de um papa

Lançado no Brasil em janeiro de 2025 e disponível no Prime Video, o filme “Conclave” ganhou ainda mais relevância após a morte do Papa Francisco, ocorrida na última segunda-feira (21). O longa, dirigido por Edward Berger (de “Nada de Novo no Front”) e baseado no livro de Robert Harris, mergulha nos bastidores da eleição de um novo papa, processo conhecido como conclave.
No enredo, após a morte do pontífice (vivido por Bruno Novelli), o cardeal Lawrence, interpretado por Ralph Fiennes, é encarregado de conduzir o conclave. A partir daí, ele precisa administrar tensões políticas, jogos de poder entre cardeais conservadores e progressistas, e ainda lidar com a descoberta de um segredo que pode mudar os rumos da Igreja Católica.

O filme mostra com fidelidade o ritual real: os cardeais são confinados na Capela Sistina, sem acesso ao mundo externo, até que um nome seja escolhido com pelo menos dois terços dos votos. A cada rodada de votação, as cédulas são queimadas e a cor da fumaça sinaliza o resultado: preta, sem decisão; branca, temos um novo papa.
“Conclave” também destaca detalhes verídicos e curiosos, como o lacramento do quarto do papa falecido, a destruição de seu anel, e o transporte dos cardeais em ônibus até a casa onde se hospedam (Domus Sanctae Marthae). Além disso, há cenas dos religiosos fumando e debatendo, como qualquer grupo submetido à tensão de uma escolha histórica.
Embora seja uma obra de ficção, o roteiro de Peter Straughan contou com a consultoria do cardeal inglês Cormac Murphy O’Connor, que participou dos conclaves de 2005 e 2013. Essa conexão com a realidade reforça a autenticidade do ambiente e dos procedimentos mostrados no longa.

O elenco é outro ponto alto: além de Fiennes, brilham Stanley Tucci como o equilibrado cardeal Bellini; John Lithgow como o estrategista cardeal Tremblay; e Sergio Castellitto, representando o tradicionalismo com o cardeal Tedesco. A atriz Isabella Rossellini também se destaca como a freira Agnes, figura chave na trama.
Com fotografia de Stéphane Fontaine e trilha sonora de Volker Bertelmann, o filme se vale de beleza visual e musical para intensificar a atmosfera solene e tensa. E, embora traga uma reviravolta ficcional no final, “Conclave” levanta questões relevantes sobre fé, ambição e os rumos da Igreja Católica num mundo moderno.
