Anne Marie, de 16 anos, teve uma parada cardíaca súbita; Schynaider Moura contou sobre luto pessoal e das filhas mais novas
A modelo Schynaider Moura contou que está em uma fase de “transformar dor em gratidão e entendimento espiritual” após a morte da filha mais velha, Anne Marie, de 16 anos, há dois meses.
“Os nossos dias juntas, tudo o que vivi e aprendi com ela, continuam comigo. […] A vida continua… e eu continuo com ela dentro de mim”, escreveu pelo Instagram. Ela também falou sobre o luto das filhas mais novas.
Caso de Anne Marie

Anne Marie teve uma parada cardíaca súbita, três anos depois de um transplante de coração por conta de uma cardiomiopatia dilatada. Essa condição faz com que o coração perca a capacidade de bombear sangue adequadamente.
“O transplante salva vidas e devolve qualidade de vida, mas não é considerado uma ‘cura definitiva’. A pessoa vive com um sistema imunológico extremamente sensível”, respondeu a modelo a uma pessoa que questionou o procedimento feito na menina.
“O corpo sempre pode reconhecer aquele órgão como algo ‘de fora’. Por isso existe o risco de rejeição, que pode ser leve, moderada ou, em alguns casos, aguda. E isso pode acontecer meses ou anos depois do transplante.”
Schynaider explicou que a parada cardíaca da filha foi “algo rápido e muito inesperado”.
“O que me conforta é saber que ela estava em paz, vivendo a vida dela, cheia de luz. Eu respeito muito essa hora e sigo acreditando que a alma sabe o seu momento.”
“Novo normal”

De qualquer forma, ela lida com um dia de cada vez para entender a partida de Anne.
“Estar firme nesse ‘novo normal’ é necessário. Mover o corpo, levantar da cama, falar sobre, viver tudo, a dor e as alegrias. Estar presente, escolher o que faz bem pra alma, priorizar o essencial.”
A modelo procura respostas também na fé. “Acredito num plano maior, na continuidade da alma e na presença dela comigo. Isso é o que me sustenta.”
Luto das filhas

Schynaider também é mãe de Elle Marie, de 11 anos, e Gioe Marie, de 9. Hoje, ela sente necessidade de estar mais presente para as filhas.
“Depois de uma perda tão grande, a gente aprende a valorizar cada detalhe. Tudo ganha outra prioridade.”
A modelo entende que cada uma das meninas vive o luto em seu próprio modo, que é diferente do processo de um adulto.
“Elas sentem muito, mas expressam de formas próprias: no silêncio, nas perguntas, nos desenhos, nos momentos de carinho.”
Para ajudar, acompanha de perto, com suporte profissional e amor.
“Luto não é algo que se ‘resolve’. É algo que se aprende a caminhar junto, e estamos caminhando juntas, [um] dia de cada vez.”
Lembranças da filha

A família fala da Anne com naturalidade, lembra da jovem com leveza e deixa espaço para cada emoção aparecer no tempo certo, contou a mãe.
Antes, era difícil ver vídeos de Anne, mas hoje ela já consegue assistir com mais calma, admirar e relembrar.
“Os vídeos dela são memórias, amor, vida, e eu escolho lembrar assim.”
Nessa nova fase da vida, a modelo tem buscado micro motivos por dia para continuar. “E acredite, tem muitos motivos para continuar”, afirmou.

