De “Psicose” a “O Massacre da Serra Elétrica”, passando por “O Silêncio dos Inocentes”, Ed Gein revolucionou o gênero do terror
Ed Gein, assassino em série e psicopata, que aterrorizou a década de 1950, foi inspiração de outros três clássicos do terror que marcaram gerações. A história real e perturbadora do criminoso de Plainfield, Wisconsin, nos Estados Unidos, foi adaptada pela série “Monstro: A História de Ed Gein” na Netflix e também moldou o gênero do terror psicológico e slasher.
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Ed Gein: criminoso inspirou outros três clássicos do terror
Na década de 1950, nos campos gelados da zona rural de Wisconsin, um homem recluso chamado Eddie Gein levava uma vida que, a princípio,parecia tranquila. No entanto, a fazenda decadente onde morava escondia horrores tão terríveis que “poderiam redefinir os medos mais profundos da humanidade”, segundo a Netflix.
Os crimes perversos de Gein, motivados pelo isolamento, pela psicose e por obsessão doentia pela própria mãe, deram origem a um novo tipo de monstro que assombraria Hollywood por décadas. Como resultado, seu legado gerou monstros fictícios nascidos à sua imagem e rendeu uma obsessão cultural por pessoas que se perdem nos caminhos do crime.
Ed Gein não só influenciou um gênero cinematográfico como virou o protótipo do terror moderno. Em “Monstros”, série antológica de Ryan Murphy e Ian Brennan, o público enfim entende como se tornou o carniceiro mais singular de todos os tempos.
“Psicose”, de Alfred Hitchcock (1960)
O clássico de Alfred Hitchcock foi o primeiro a se basear na história de Ed Gein. O roteiro, escrito por Joseph Stefano, adapta, portanto, o livro homônimo de Robert Bloch. O romancista viveu por anos a apenas 50 quilômetros de distância da fazenda onde o criminoso mutilava suas vítimas.
No livro “Ed Gein: Psycho!”, publicado em 1995, o pesquisador Paul Anthony Woods alega que Robert Bloch escreveu seu romance em apenas sete semanas, cercado de manchetes sobre Ed Gein que o descreviam como um assassino oprimido pelo amor da mãe.

O serial killer ficcional Norman Bates, destaque em “Psicose”, compartilha com Ed Gein a relação doentia e sufocante com a mãe e o isolamento psicológico. Assim como o temido assassino em série, Norman era incapaz de se desvencilhar da moral da mãe morta, o que o levou aos seus atos de horror.
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“O Massacre da Serra Elétrica”, de Tobe Hooper (1974)
O filme de Tobe Hooper foi desenvolvido por causa do cineasta, que tinha 5 anos, quando ouviu a história de Ed Gein através de um parente. Inspirado pela monstruosidade dele, o autor criou o assassino Leatherface, que usava máscara de pele humana, provocando um massacre de 33 pessoas no Texas.
Nos anos que se seguiram, os policiais foram acusados de fazer uma péssima investigação e terem matado o cara errado. Eventualmente, o único sobrevivente do massacre conta em detalhes o que realmente aconteceu na estrada, quando ele e mais quatro amigos estavam indo visitar o avô.

Assim como Ed Gein, Leatherface é um psicopata que vive em uma área rural remota, adepto do canibalismo e que veste as peles de suas vítimas como couro. Na vida real, o assassino em série chegou a criar um cinto a partir de mamilos e calças de pele humana. Além disso e das próprias vítimas, ele desovava corpos em cemitérios.
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“O Silêncio dos Inocentes”, de Jonathan Demme (1991)
Outro clássico baseado em livro, o filme de Jonathan Demme é mais lembrado pelo perspicaz Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), mas apresenta ao público outro criminoso: Buffalo Bill (Ted Levine). Assim como o assassino da vida real, o protagonista do terror tinha a obsessão de transformar pele humana em “roupa”.
Para construí-lo, o escritor Thomas Harris se inspirou em múltiplas figuras infames: Ted Bundy, que atraía a atenção de mulheres fingindo estar com o braço quebrado; Gary Heidnick, que operava em um porão, e Ed Gein, que confeccionava trajes com mortos.

Bill, por sua vez, planeja construir uma fantasia de mulher com as jovens que mata, refletindo a compulsão de Gein em usar restos mortais para, em seguida, confeccionar objetos.
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Filmes
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