Jornalista Maria Prata disse que, às vezes, vive um “inferno”, mas que vale a pena para filhas saberem lidar com o tempo
Maria Prata explicou como faz para manter suas filhas com Pedro Bial longe das telas. “Eu não vou fazer minhas filhas não saberem lidar com a passagem do tempo”, disse a jornalista no programa Sem Censura, da TV Brasil, com apresentação de Cissa Guimarães.
Além das meninas de 7 e 5 anos não terem acesso a celulares e tablets, elas também passaram a ter contato com jornal impresso, que a mãe voltou a assinar nos últimos meses.
O exemplo de Maria Prata e Bial

A família das pequenas Laura e Dora é de jornalistas e de profissionais que trabalham com TV e vídeos. Mas, como “em casa de ferreiro o espeto é de pau”, a mãe contou que, dificilmente, eles assistem TV em casa.
E quando a jornalista precisa trabalhar no celular em casa, ela busca fazer isso fora do olhar das filhas.
“Vou dar o exemplo da comida. A gente nunca ficou colocando comida goela abaixo delas: ‘Tem que comer. Se não comer, não tem sobremesa. Só mais duas colheradas’. E o Pedro tem uma mania de comer salada crocante, então coloca cenoura, pepino, essas coisas.
A Dora, a minha filha mais nova, chega na mesa e cata a salada, põe tomate, cenoura… e come. De ver ele comendo. Nunca a gente falou ‘coma a salada desse jeito’. Então as telas, a mesma coisa, o nosso comportamento é muito fundamental.”
Inferno de 40 minutos

A família acaba fazendo muitas pontes aéreas, e mesmo assim as telas não são uma opção que os pais oferecem às meninas.
“Eu faço uma mochila: canetinha, livrinho… Aí a gente abre as mochilas, coloca tudo lá, e eu sei que eu vou ter 40 minutos de inferno, porque eu não vou poder parar. Ler meu livro? Esquece! Mas cara, tudo bem.
Essas crianças [com acesso excessivo a telas] não sabem esperar. ‘O que eu vou fazer agora? Tô entediada!’. Ótimo que está entediada. Aproveita.”
Jornal impresso gera curiosidade

Um hábito que Maria Prata retomou é o de ler jornal impresso.
“Faz um mês, dois meses que eu assinei. Todo dia, na hora que eu abro o jornal, elas vêm na mesa, sentam do meu lado, ‘O que é isso? Por que tem essa foto? O que tá escrito aqui?’. Já abriu uma janela pra discussões muito legais.”
A jornalista começou a reparar que as filhas não tinham conexão com o que acontecia mundo afora além do que ela e Pedro conversavam.
“Quando eu era pequena, sempre tinha uma televisão ligada. Quando eu assistia desenho, tinha o plantão do jornal no intervalo. A notícia entrava na gente. Ironicamente, a gente quase não vê televisão em casa. Falar isso aqui é um crime, né?
Às vezes, a gente ficava lendo o jornal em casa em silêncio. O Pedro do meu lado e eu mandava uma notícia pra ele pelo celular. Então assinei o jornal impresso e foi muito incrível.”

