Erik Menendez descreveu pavor que sentia de ficar perto do pai em nova evidência encontrada pela defesa
Uma carta escrita por Erik, um dos irmãos Menendez, ficou de fora da série “Monstros”, da Netflix. A produção acompanha os desdobramentos do assassinato duplo cometido por ele e Lyle, em 1989, quando mataram os próprios pais, em Beverly Hills, nos Estados Unidos. As motivações para o crime, mesmo após tantos anos, continuam gerando curiosidade.
Erik, dos irmãos Menendez, entregou abuso do pai em carta
Durante o julgamento, que condenou os dois à prisão perpétua, a acusação afirmou acreditar que a motivação do crime teria sido financeira. Contudo, a defesa tentou provar que Lyle e Erik mataram os pais após anos de abusos físicos, sexuais e psicológicos.
Apesar de trazer fatos reais, misturados a detalhes ficcionais, a série da Netflix deixou de fora uma carta escrita por Erik para Andy, primo deles. Recentemente, os advogados Mark Geragos e Cliff Gardner apresentaram o documento como evidência importante.
“Eu tenho tentado evitar o papai. Isso ainda acontece, Andy, mas é pior para mim agora. Não consigo explicar. Ele está tão acima do peso que não suporto vê-lo. Eu nunca sei. Quando isso vai acontecer e está me deixando louco. Toda noite, fico acordado pensando que ele pode vir”, declarou Erik, em 1988.
“Preciso tirar isso da minha mente. Eu sei o que você disse antes, mas estou com medo. Você simplesmente não conhece o papai como eu. Ele é louco! Ele me avisou cem vezes sobre contar a alguém, especialmente a Lyle. Eu sou um covarde? Não sei se vou conseguir superar isso. Eu consigo lidar com isso, Andy. Preciso parar de pensar nisso”.
A carta, além disso, é uma das evidências que motivaram a defesa a protocolar um mandado de habeas corpus no Tribunal Superior de Los Angeles no ano passado. Em contrapartida, a expectativa é de um novo julgamento para os irmãos, que alegam ter agido em legítima defesa.
A correspondência escrita por Erik, descoberta apenas recentemente, faria diferença nos julgamentos que ocorreram há mais de 20 anos. “O crime foi homicídio culposo, não assassinato”, afirmou o advogado Cliff Gardner à LA Mag.
“Essa tem sido a posição da defesa desde o primeiro dia, não que eles devam sair impunes, mas que sua punição deve ser proporcional ao que fizeram. Essas eram crianças que foram abusadas sexualmente a vida inteira”.