“Travessia” é a grande promessa para substituir “Pantanal” no horário nobre da Globo. A obra de Gloria Perez se livrou de algumas exigências mais rigorosas da pandemia de Covid-19 e não precisou ser entregue finalizada à emissora. Ao Zappeando, durante coletiva para a imprensa, a autora afirmou que a opinião do público costuma ser um fator importante para orientá-la nos rumos de cada personagem.
Gloria Perez valoriza opinião do público para “Travessia”
Novela cheia de reviravoltas, “Travessia” foca na virada de Brisa (Lucy Alves), que acaba sendo alvo de uma armação, quando começa a ser confundida com uma sequestradora de crianças e sofre todo tipo de retaliações.
O elenco conta ainda com outros atores de peso, como Chay Suede, par romântico de Lucy, que também se encanta por Chiara (Jade Picon), além de Romulo Estrela, no papel de Oto, um hacker de importância fundamental para Brisa.
Gloria admitiu ser muito antenada nas redes sociais e, em uma novela que fala de internet, vai deixar o espaço com o público aberto para receber opiniões, críticas e sugestões que possam orientar na condução do roteiro.
“Eu sempre presto atenção no que o público está recebendo”, confessou. “Eu escuto muitas pessoas nas ruas. Tenho uma pesquisadora que faz esse trabalho de estar na rua e soltar um bordão. Se a novela for um sucesso, vamos captando esse ruído em pequenos espaços. Também prestamos atenção na rede — usando o filtro certo”.
A autora explicou ainda que evita ser muito previsível quando vai fazer mudanças: “Acho que o público gosta de ser surpreendido com um desfecho que não estava ainda no imaginário dele”.
Por outro lado, reconhece que erros e pontas soltas podem acabar surgindo. Nesse caso, segundo a autora, “mudar a forma de contar é essencial. Se não está chegando ao público, a gente ajusta isso”.
Durante a coletiva, Gloria também comemorou o fato da novela não ter seguido a mesma exigência das obras inéditas do horário nobre que antecederam “Travessia” desde 2020. “As novelas que vieram antes tiveram que estar escritas por conta da pandemia, mas é uma exigência da obra aberta ser escrita enquanto novela”.
“Quando você escreve tudo, o público fica fora do diálogo. Quando é gravada como deve ser, enquanto está sendo escrita, você tem o publico dentro da novela, achando que pode definir, mudar alguma coisa”, acrescentou a autora, que está empolgada em substituir uma obra de tanta audiência como o remake de “Pantanal”.
“Muito bom estrear depois de uma novela que tenha elevado o patamar, é muito bom, é tudo o que a gente quer. Tomara que ‘Pantanal’ vá mais longe ainda pra que dê uma condição maior pra gente. É isso que nós desejamos”.