Nova versão da novela”Vale Tudo” traz Gilda no lugar de Gildo, com papel essencial na trajetória de Raquel
No remake de “Vale Tudo”, um rosto novo chamou atenção logo em sua estreia: Gilda, interpretada por Letícia Vieira. A personagem não só é inédita na forma feminina, como também promete se tornar uma peça-chave na jornada da protagonista Raquel. A trama, que moderniza o clássico de 1988, trouxe mudanças importantes — inclusive no gênero de um personagem original.
Quem é Gilda em “Vale Tudo”

Gilda apareceu pela primeira vez no capítulo exibido na última quinta-feira e já mostrou a que veio. Em uma cena na praia, Raquel (Taís Araújo) impede Maria de Fátima (Bella Campos) de roubar uma bolsa e acaba conhecendo Gilda, que está visivelmente passando fome. Comovida com a situação da jovem, Raquel oferece um trabalho — convite que muda o rumo da vida da personagem.
Nos próximos capítulos, Gilda se tornará funcionária e grande aliada de Raquel nas vendas de sanduíches na praia, um dos marcos da ascensão da protagonista na novela. Mesmo com desconfianças por parte de outras personagens, como Lucimar (Ingrid Gaigher), Raquel insiste em confiar na garota e apostar em sua redenção.
A jovem, que inicialmente parecia envolvida com pequenos delitos, mostra disposição para mudar de vida e será presença constante ao lado de Raquel em sua jornada rumo ao sucesso. Gilda representa não só uma mudança narrativa, mas também uma simbólica transformação de oportunidades — da marginalização à reconstrução pessoal.
Na novela original de 1988, escrita por Gilberto Braga, Gilda não existia. Quem ocupava o papel era Gildo, interpretado por Fernando Almeida. Assim como Gilda, Gildo também saía da vida de pequenos crimes e se tornava braço direito de Raquel no caminho para o sucesso.

A mudança de gênero da personagem na nova versão é uma das atualizações do remake, que tem buscado refletir as discussões sociais contemporâneas, incluindo uma maior representatividade feminina negra em papéis centrais.

Na vida real, o ator Fernando Almeida teve um desfecho trágico. Ele foi assassinado aos 29 anos com dois tiros na nuca, em um ponto de ônibus na avenida Brasil, em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Fernando foi um dos poucos atores negros do elenco da novela original, e sua história pessoal ressoa até hoje como uma denúncia das desigualdades e da violência enfrentadas por jovens negros no Brasil.