O que aconteceu com Claudio Cavalcanti, de “A Viagem”?

Claudio Cavalcanti faleceu em 2013, mas segue sendo lembrado por seu papel marcante como o Doutor Alberto em “A Viagem”

Cláudio Cavalcanti marcou gerações com seu personagem espiritualista em “A Viagem”, novela que voltou à TV e reacendeu a memória afetiva dos telespectadores. Apesar de ter morrido em 2013, aos 73 anos, o ator é lembrado até hoje — não só pela atuação sensível como o Doutor Alberto, mas também por sua carreira diversa e sua vida pessoal cheia de convicções, mudanças e lutas.

O que aconteceu com Cláudio Cavalcanti, o Doutor Alberto de “A Viagem”?

(Crédito: Reprodução/TV Globo)

Cláudio Cavalcanti morreu no dia 29 de setembro de 2013, aos 73 anos, após complicações decorrentes de uma cirurgia na coluna. O ator teve problemas cardíacos, insuficiência renal e acabou sofrendo falência múltipla dos órgãos. Seu corpo foi cremado e as cinzas lançadas ao mar.

Na época de sua morte, ele era secretário municipal de Defesa dos Animais no Rio de Janeiro, função que refletia seu forte engajamento em causas sociais e ambientais — ele era vegetariano, ativista e político, tendo atuado por dois mandatos como vereador.

Um personagem que marcou época

(Crédito: Divulgação/Globo)

Na novela “A Viagem” (1994), escrita por Ivani Ribeiro, Cláudio interpretou Doutor Alberto, um médico espiritualista que ajuda Dona Maroca (Yara Cortes), mãe de Alexandre (Guilherme Fontes), a lidar com a morte do filho. O personagem também se envolve amorosamente com Estela, vivida por Lucinha Lins.

Mesmo sendo ateu na vida real, o ator se entregou ao papel de forma tão convincente que muitos pensaram que ele fosse espírita. Em entrevista à Folha de S.Paulo, na época da novela, Cláudio declarou: “Essa conversa de Deus, pátria e família é motivo dos maiores crimes da história. Durante essa novela, eu aproveito para fingir que acredito em alguma coisa“.

(Crédito: Divulgação/Globo)

Mas o envolvimento com a trama mexeu com ele, como contou Lucinha Lins em entrevista ao The Noite: “Cláudio Cavalcanti, por exemplo, que fazia meu par romântico na novela, era super ateu. Não ficou assim quando acabou a novela, não. Teve alguma coisa ali que mudou nele, de ele dizer que estava lendo e querendo saber das coisas.”

Até Guilherme Fontes, que interpretava Alexandre, relembrou que Cavalcanti chegou a fazer uma reza no estúdio, o que surpreendeu parte da equipe.

Carreira e legado

(Crédito: Divulgação/Globo)

Nascido no Rio de Janeiro, Cláudio começou no teatro nos anos 1950 e, com o tempo, se tornou um dos grandes nomes da teledramaturgia brasileira. Atuou em mais de 50 novelas, incluindo papéis marcantes como Jerônimo, em “Irmãos Coragem” (1970), e Padre Albano, em “Roque Santeiro” (1985).

Além da TV, foi diretor, roteirista, cantor, radialista, dublador e escritor. E, claro, político atuante, focado em leis de proteção aos animais e causas sociais.

Seu último trabalho na televisão foi na série “Sessão de Terapia” (2013), no GNT, a convite de Selton Mello. Na última entrevista ao jornal O Globo, comentou: “Tenho tido muitos convites, mas não queria fazer participação especial em novela ou ‘Malhação’. Queria voltar com algo que fosse espetacular. São 57 anos de carreira. […] Agora eu devo um padrão de qualidade ao meu trabalho. Estava atrás de algo que fosse me dar orgulho e prazer de ter feito“.

(Crédito: Divulgação/Globo)

Vida pessoal

Cláudio Cavalcanti foi casado desde 1979 com a atriz e psicóloga Maria Lucia Frota. O casal não teve filhos biológicos, mas o ator ajudou a criar Lúcia, filha da esposa de um relacionamento anterior.

“A Viagem”