“Bugonia” carrega significado profundo em título e final que se conecta diretamente com a mensagem
“Bugonia”, dirigido por Yorgos Lanthimos (conhecido por “Pobres Criaturas”), apresenta uma trama que mergulha em paranoia e ceticismo, culminando em um desfecho chocante e niilista. A sátira envolve uma dupla de homens conspiracionistas que sequestram a empresária de uma grande companhia com a certeza de que ela é uma alienígena que planeja destruir o planeta.
Entenda o significado do título e o que acontece no final!
O que quer dizer “Bugonia”? Entenda o título do filme
A ficção-científica, conforme adiantamos, foca em Teddy (Jesse Plemons) e seu primo Don (Aidan Delbis), que sequestram Michelle Fuller (Emma Stone), poderosa CEO de uma farmacêutica. O significado do título, no entanto, não fica claro no decorrer do filme.
O termo “Bugonia” não é um neologismo do cinema, mas sim uma palavra derivada do grego antigo, que significa literalmente “nascimento do boi” ou “nascimento de abelhas a partir de um boi”. O ritual, aparece em textos como o poema Geórgicas, de Virgílio, por exemplo.

A dinâmica exigia o sacrifício de um boi ou vaca, geralmente por sufocamento, sem derramamento de sangue. Na segunda etapa, do renascimento, o corpo era deixado em decomposição e, por fim, acreditava-se que, desse cadáver, surgiriam abelhas espontaneamente, renovando uma colmeia.
O termo, portanto, foi escolhido por sua carga simbólica e pela conexão com o tema central do filme. O ritual simboliza a morte seguida de um renascimento improvável ou forçado, algo semelhante ao que acontece na narrativa, onde ocorre uma renovação a partir da destruição.
Em “Bugonia”, as abelhas e o mel são símbolos recorrentes que representam a ordem natural, a vida e, ao mesmo tempo, a fragilidade dessa ordem diante da devastação humana. O roteirista Will Tracy explicou, eventualmente, que optou pelo título pelo significado, mas também por sua ambiguidade sonora.

Final de “Bugonia” explicado: o que acontece
A narrativa, nesse meio tempo, usa o sequestro de Michelle para criticar o fanatismo conspiratório e a desumanização corporativa. No entanto, o final surpreende ao confirmar a paranoia de Teddy: a protagonista, de fato, é uma alienígena, a Imperatriz de sua espécie.
Michelle, posteriormente, veio à Terra para tentar, sem sucesso, desenvolver um medicamento capaz de suprimir o lado violento e autodestrutivo dos humanos. No final de “Bugonia”, a alienígena conclui que a humanidade é um “caso perdido”, uma “praga” que se corrompeu ao longo da evolução.
No clímax, Michelle desiste de salvar a humanidade e executa seu plano final, exterminando a população da Terra, ao ativar um dispositivo. A extinção, por outro lado, pode ser vista como uma espécie de bugonia: um sacrifício “sem sangue” por meio do qual a natureza, sobretudo os insetos, teriam chance de se regenerar.

O filme termina com planos contemplativos da Terra coberta por uma imensa redoma de vidro que simboliza o início de um recomeço brutal a partir da destruição. Em seguida, o som das abelhas retorna e a natureza, como esperado, é deixada para recomeçar em um planeta livre de humanos e de toda maldade que os cerca.
“Bugonia” está em cartaz nos cinemas.

