O que aconteceu com Nayara, amiga e sobrevivente do sequestro de Eloá

Nayara, amiga de Eloá e feita refém do sequestro ao lado dela, ainda carrega ferida por ter presenciado o pavor e morte da adolescente

“Caso Eloá: Refém ao Vivo”, novo documentário da Netflix, trouxe novamente repercussão para o sequestro de Eloá Pimentel, de 15 anos, que ocorreu em 13 de outubro de 2008. A jovem foi mantida refém, durante quatro dias, pelo ex-namorado Lindemberg, de 22, que optou por trancar Nayara Rodrigues, uma das amigas, junto com ela, no momento da abordagem.

O que aconteceu com Nayara, amiga de Eloá e sobrevivente

A residência, onde Eloá vivia com a família, fica localizada em Santo André, em São Paulo. A jovem, nesse meio tempo, chamou os amigos para fazerem um trabalho escolar, quando se surpreenderam com a invasão. Inicialmente dois reféns foram liberados, restando no interior do apartamento, em poder do sequestrador, Eloá e sua amiga Nayara.

Nayara chegou a ser liberada, mas retornou ao apartamento e não conseguiu mais sair. O sequestro, que durou mais de 100 horas, contou com ampla cobertura na imprensa, acompanhando as tentativas de negociações da polícia com o sequestrador.

“Caso Eloá: Refém Ao Vivo” (Crédito: Reprodução/Netflix)

Depois de muita espera, policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e da Tropa de Choque da Polícia Militar explodiram a porta e entraram em luta corporal com Lindemberg, que atirou em direção às reféns. Nayara deixou o apartamento andando, mas foi ferida com um tiro no rosto, enquanto Eloá, carregada nos braços de um policial, foi levada inconsciente ao Centro Hospitalar de Santo André, onde morreu horas depois.

A amiga da vítima, portanto, passou por uma cirurgia para retirada da bala, tendo que enfrentar uma longa recuperação e tratamento das lesões, permanecendo internada no mesmo hospital. Atualmente, Nayara, que conseguiu se reerguer, leva uma vida discreta e evita dar entrevistas ou falar sobre o caso que abalou o Brasil.

O que Nayara falou sobre o sequestro de Eloá

A única declaração de Nayara, entretanto, ocorreu no mês seguinte ao crime, ao “Fantástico”, da Globo. “Eu não tenho raiva. Só não perdoo ele pelo que ele fez com a Eloá, não por ele ter atirado em mim, mas por ele ter tirado a vida de uma pessoa maravilhosa. Eu tenho muito medo. Ele pode ficar 30 anos na cadeia; o que eu souber que ele vai sair, pode ter certeza que eu vou estar morrendo de medo”.

Posteriormente, em 2018, a Justiça de São Paulo ofereceu indenização de R$ 150 mil, reconhecendo falhas da polícia que permitiram que ela retornasse ao cativeiro após ter sido liberada pelo sequestrador. “Às vezes eu me sinto conformada com o que aconteceu com ela, mas às vezes parece que não entra na minha cabeça. Não tem um motivo. Por que aconteceu isso com ela?”, questionou Nayara, na mesma entrevista.

Nayara Rodrigues após deixar o hospital (Crédito: Reprodução/Globo)

Por que Nayara não aparece no documentário sobre Eloá

A sobrevivente, no entanto, não aparece no documentário da Netflix, detalhe que chamou a atenção dos espectadores. Segundo a diretora Cris Ghattas e a produtora Veronica Stumpf, o motivo, a princípio, envolve o próprio crime: “Acredito que ela ainda carrega uma ferida”.

“Esse assunto continua muito sensível para ela e nós respeitamos”, declarou a diretora, ao Metrópoles. “Nós convidamos e procuramos todas as pessoas que estiveram [envolvidas no caso], mas a Nayara preferiu não participar”, revelou, por fim.

Eloá e Nayara Rodrigues (Crédito: Reprodução)

“Caso Eloá: Refém ao Vivo” está disponível na Netflix.

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