Como está a família que inspirou “Ainda Estou Aqui”? Conheça a história real

Filme aplaudido pela crítica, “Ainda Estou Aqui” acompanha a família Paiva, que sofreu na época da ditadura

“Ainda Estou Aqui”, filme baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, conquistou atenção ao estrear nos cinemas. A sinopse segue a história real de Eunice Paiva e o drama vivido após o desaparecimento do marido, o engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva, pelas mãos da ditadura.

 Juntos, eles tiveram cinco filhos: Vera, Marcelo, Eliana, Ana Lúcia e Maria Beatriz. Portanto, o filme desdobra os sentimentos de cada um com o acontecimento, ainda crianças e adolescentes. Saiba como está a família Paiva hoje em dia!

“Ainda Estou Aqui”: qual é a história real por trás do filme

Filho do engenheiro e político Rubens Paiva, Marcelo publicou um relato sobre o assassinato de seu pai e a busca incessante de sua mãe pelo companheiro. Da mesma forma que no filme, Eunice teve outros quatro filhos com o marido.

Em 1971, durante a ditadura, Rubens e Eunice foram parar na prisão com Eliana, a filha mais velha. A primogênita, no entanto, foi embora na manhã seguinte, enquanto a mãe ficou doze dias retida e o pai desapareceu.

"Ainda Estou Aqui"
“Ainda Estou Aqui” (Crédito: Reprodução/YouTube Sony Pictures Brasil)

Assim que recuperou sua liberdade, Eunice Paiva iniciou uma busca pelo paredeiro de seu marido. A protagonista da história, em contrapartida, implorou diversas vezes ao governo brasileiro que investigasse o desaparecimento do engenheiro civil.

Posteriormente, quatro décadas depois, em 2014, a Comissão Nacional da Verdade, responsável pela investigação dos desaparecimentos, confirmou a morte de Rubens Paiva. O pai de Marcelo foi assassinado, em janeiro de 1971, após ser torturado, mas o corpo nunca foi encontrado.

Como está a família Paiva de “Ainda Estou Aqui”

Eunice Paiva morreu 13 de dezembro de 2018. Durante a luta para descobrir o paradeiro do marido, se formou em Direito. Como advogada, a protagonista da história se tornou um dos principais nomes na luta contra a ditadura militar.

Marcelo Rubens Paiva, um dos filhos do casal, de 65, se tornou um escritor e dramaturgo de renome. O primeiro livro do autor, “Feliz Ano Velho”, foi publicado em 1982, mas o sucesso só aumentou em seguida e Marcelo chegou a vencer um Prêmio Jabuti.

Nesse meio tempo, Marcelo sofreu um acidente, quando tinha 20 anos, fraturando uma vértebra e o pescoço, quando ficou tetraplégico. Com fisioterapia e terapia ocupacional, eventualmente, o autor conseguiu voltar a locomover mãos e braços.

Fernanda Torres e Olivia Torres
Fernanda Torres e Olivia Torres em “Ainda Estou Aqui” (Crédito: Reprodução/Instagram @oliviadastorres | Reprodução/Instagram @oficialfernandatorres)

Primogênita na família Paiva, Vera Rubens hoje tem 71 anos, se formou em Psicologia e, desde então, trabalha com foco na saúde sexual e direitos humanos, além de lecionar em universidades e ter publicado alguns livros.

Eliana Paiva, que foi presa junto com a mãe na época da ditadura, estudou para ser jornalista, professora e editora de arte. A herdeira é uma das mais discretas sobre a vida pessoal e garantiu que até amigos descobriram sobre esse detalhe no filme.

Maria Beatriz, a caçula, tem 64 anos. Da mesma forma que a irmã, também virou psicóloga, professora e opta por se manter reservada.

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