“As Crianças Perdidas”: como quatro irmãos sobreviveram 40 dias na floresta

“As Crianças Perdidas” relembra a trajetória de quatro irmãos, de 1 a 14 anos, durante 40 dias na floresta

Em alta na Netflix, “As Crianças Perdidas” relembra um episódio real, que aconteceu na Amazônia colombiana, quando quatro irmãos menores de idade ficaram perdidos durante 40 dias. Apesar de enfrentarem condições precárias, o grupo, que incluía bebê de um ano, conseguiu sobreviver até o resgate. Entenda!

“As Crianças Perdidas”: como os irmãos sobreviveram?

A tragédia, recontada em “As Crianças Perdidas”, aconteceu em 1º de maio de 2023, quando avião, que saiu de Araracuara com destino a San Jose del Guaviare, caiu na mata. O acidente aéreo resultou na morte da mãe das crianças e outros dois adultos a bordo.

Lesly, de 14 anos, Soleiny, de 9, Tien Noriel, de 4 e Cristin Neriman Mucutuy, com apenas um, tiveram que encontrar meios de sobreviver em condições adversas na floresta. Os quatro passaram 40 dias lutando pela sobrevivência até o resgate.

“As Crianças Perdidas” (Crédito: Netflix)

O documentário da Netflix, portanto, faz uma reconstituição da operação de busca e resgate realizada por voluntários indígenas e forças militares. Baseado em fatos reais, “As Crianças Perdidas” mostra ainda fortes depoimentos, entre os voluntários e pessoas próximas às crianças, bem como a própria Lesly, a mais velha dos irmãos.

De acordo com a reconstituição do depoimento que prestou às autoridades, Lesly relembrou momento em que cogitou abandonar os irmãos pela sobrevivência: “Fui embora, mas depois de 20 minutos me arrependi, e sabia que tinha que voltar. Sabia que tinha que protegê-los. Cristin e Tien quase morreram”.

Irmã mais velha cuidou dos outros antes do resgate

A mais velha, como resultado, assumiu a responsabilidade de cuidar dos menores, além de guiá-los pelos perigos da selva, em local habitado por criaturas vorazes, como onças e cobras, por exemplo.

Apesar de ter um ferimento na perna, Lesly, se arrastando de joelhos, forneceu comida e proteção aos irmãos. A primogênita foi fundamental para que todos os sobreviventes fossem encontrados com vida.

“Minha mãe me ensinou muito sobre as frutas que eu podia comer na selva, como a milpesos. Fiz uma vara de pescar. Pegamos alguns peixes. Comemos cru. Tinha um gosto horrível”.

A adolescente contou ainda que presenciou o último suspiro da mãe no local do acidente: “Havia muito sangue”. Disposta a cuidar dos irmãos, Lesly os levou para buscar comida, mas se distanciou da aeronave.

“O que mais me preocupava era que a bebê Cristin ainda estava viva”, afirmou ainda, passando noites em claro. “Tentamos seguir a voz que nos chamava, mas ela desaparecia”.

“As Crianças Perdidas” (Crédito: Netflix)

As crianças foram resgatadas com sinais de desnutrição em momento descrito como emocionante. “Tien estava tão fraco que não conseguia ficar de pé”, relembrou a adolescente. “Eu não precisava mais manter meus irmãozinhos vivos. Estávamos a salvo”.

Como estão os irmãos de “As Crianças Perdidas” atualmente

Entidade responsável pelo cuidado dos menores, o Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF) afirmou, após um ano da tragédia, que os irmãos estavam aproveitando “a vida que meninos e meninas deveriam ter nessa idade”, recuperados e com acompanhamento psicológico.

Quase um ano e meio depois do resgate, o caso continua tendo repercussão global, ganhando outras produções inspiradas nos fatos, como o documentário “Operação Esperança: As Crianças Perdidas na Amazônia”, do Prime Video.

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