“Ainda Estou Aqui” tem conquista histórica e aumenta a expectativa: chance de Oscar

por | set 9, 2024 | Filmes

“Ainda Estou Aqui” conquista o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza, aumentando as expectativas para possíveis indicações ao Oscar

O filme “Ainda Estou Aqui”, estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello e dirigido por Walter Salles, fez história ao ganhar o prêmio de Melhor Roteiro na 81ª edição do Festival de Veneza. Este é o primeiro longa-metragem original da Globoplay a conquistar tal honra.

Murilo Hauser e Heitor Lorega, os roteiristas do filme, foram os responsáveis por receber o prêmio no palco. Durante a cerimônia, eles expressaram sua gratidão à família que inspirou a história e dedicaram o prêmio ao diretor Walter Salles e ao elenco, destacando especialmente Fernanda Torres, com uma menção especial: “É para você, Nanda”.

“Ainda Estou Aqui” ganha Melhor Roteiro no Festival de Veneza

"Ainda Estou Aqui"
“Ainda Estou Aqui” (Crédito: Reprodução/YouTube Sony Pictures Brasil)

“Ainda Estou Aqui”, uma produção brasileira dirigida por Walter Salles, conquistou o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza 2024, um feito notável para o cinema nacional. O longa é ambientado no Brasil de 1971, em plena ditadura militar, e é baseado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva. A trama segue a vida de Eunice, interpretada por Fernanda Torres, que se vê forçada a se transformar em ativista após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello.

Durante a cerimônia, os roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega subiram ao palco para receber o prêmio, oferecendo um discurso em inglês. Eles agradeceram à família Paiva, cujas experiências inspiraram o roteiro, e expressaram sua gratidão ao diretor Walter Salles e ao elenco do filme. Hauser e Lorega também fizeram uma homenagem especial a Fernanda Torres, destacando seu papel crucial no filme. No final do discurso, os roteiristas celebraram o cinema brasileiro, reconhecendo a importância do prêmio para a indústria cinematográfica nacional.

Fernanda Torres e Fernanda Montenegro dividem o papel de Eunice Paiva (Crédito: Divulgação/VideoFilmes)

A cerimônia também gerou expectativas em torno das outras categorias. Embora Fernanda Torres estivesse na disputa para Melhor Atriz, o prêmio foi concedido a Nicole Kidman por seu desempenho em “Babygirl”. Kidman, infelizmente, não pôde comparecer à cerimônia devido ao falecimento de sua mãe, retornando aos Estados Unidos para estar com sua família.

“Apesar da competição acirrada, o prêmio de Melhor Roteiro é um reconhecimento significativo para ‘Ainda Estou Aqui’, e para o cinema brasileiro como um todo”, afirmou Walter Salles. O diretor, que levou sete anos para concluir o filme, expressou sua satisfação com a vitória, enfatizando a importância do roteiro como a “argamassa” do filme e destacando a contribuição dos roteiristas Hauser e Lorega. O filme é baseado na verdadeira história de Eunice Paiva, que passou 40 anos buscando a verdade sobre o desaparecimento de seu marido.

Selton Mello é Rubens Paiva no longa (Crédito: Divulgação/VideoFilmes)

“Ainda Estou Aqui” é forte aposta para o Oscar 2025

A corrida para o Oscar 2025 já começou, e “Ainda Estou Aqui” se destaca como uma das principais apostas para as categorias de Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. Para que o filme concorra, ele precisa ser indicado pela Academia Brasileira de Cinema como representante do Brasil. O anúncio oficial da escolha do país será feito em 23 de setembro.

Fernanda Montenegro em "Ainda Estou Aqui"
Fernanda Montenegro em “Ainda Estou Aqui” (Crédito: Reprodução/YouTube Sony Pictures Brasil)

Veículos de prestígio como a revista Variety e o portal Next Best Picture colocam “Ainda Estou Aqui” como um dos favoritos nas categorias de Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. A Variety incluiu o longa na lista dos cinco principais candidatos para Melhor Filme Internacional, junto com “All We Imagine as Light” (Índia), “Emilia Perez” (França), “Kneecap” (Irlanda) e “The Seed of a Sacred Fig” (Alemanha). Para Melhor Atriz, Fernanda Torres está listada em oitavo e nono lugar, respectivamente, nas duas publicações, com concorrentes notáveis como Angelina Jolie por Maria e Saoirse Ronan por “The Outrun” à frente.

A última vez que o Brasil foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional foi em 1999 com “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, que também participa do novo filme. A indicação de “Ainda Estou Aqui” para o Oscar seria um marco importante para o cinema brasileiro.

Ainda Estou Aqui
Fernanda Torres em cena (Crédito: Divulgação/VideoFilmes)

O Brasil não ganhava um prêmio na seleção oficial do Festival de Veneza desde 1981, quando “Eles não usam Black-tie”, de Leon Hirszman foi reconhecido. A vitória de “Ainda Estou Aqui” é um marco significativo, especialmente considerando que o filme ainda não tem data de estreia definida no Brasil. Produzido pela Videofilmes, RT Features e Mact Productions, e co-produzido pela Globoplay, Arte France e Conspiração, “Ainda Estou Aqui” recebeu críticas majoritariamente positivas, com elogios à atuação de Fernanda Torres e à recepção calorosa da plateia durante a exibição.

A data de estreia nos cinemas brasileiros permanece pendente, mas a vitória no Festival de Veneza certamente eleva as expectativas para o futuro do filme e para possíveis indicações ao Oscar.

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