Muitas famosas estão cada vez mais se posicionando publicamente a favor do movimento feminista, com críticas às cantadas nas ruas e outras situações constrangedoras às quais as mulheres são expostas todos os dias. Mas a atriz Fernanda Torres não faz parte desse grupo – pelo contrário. Foi o que ela própria afirmou em um artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, no qual diz rejeitar as campanhas anti “fiu fiu” e afirma que vê de forma positiva os homens que assediam mulheres na rua.
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Texto de Fernanda Torres
Na coluna intitulada “Mulher”, Fernanda começou o texto reconhecendo a situação de desigualdade em que as mulheres vivem em relação aos homens na sociedade. A atriz lembrou que, ainda hoje, as mulheres apanham, ganham meos do que os homens e têm mais responsabilidade no cuidado com os filhos, além de outras funções, e que, por isso, não sobra tempo para sonharem com alguma realização que vá além dos deveres do dia. Ela ainda se mostrou favorável à licença-paternidade, para que o casal, unido, possa dividir as responsabilidades pelo cuidado dos primeiros meses exaustivos da vida de um bebê.
Mas, em seguida, discordou dos que defendem que as diferenças de comportamento entre homens e mulheres são culturais. Ela acredita que é algo biológico. Por causa disso, disse invejar os homens em alguns aspectos, como no companheirismo. E afirmou que não se incomoda com o machismo. “Talvez seja uma nostalgia de infância que carrego. A geração que me criou era formada por machões gloriosos, irresistíveis até nos seus preconceitos”, afirmou.
Cantada nas ruas
A atriz se lembrou ainda de sua babá que, segundo ela, era um “avião de mulher” e chamava atenção por onde passava. “Eu ia para a escola ouvindo os homens uivando, ganindo, gemendo, nas obras, nas ruas, enquanto ela seguia orgulhosa. Sempre associei esse fenômeno à magia da Irene. O assédio não a diminuía, pelo contrário, era um poder admirável que ela possuía e que nunca cheguei a experimentar”, declarou.
Fernanda ainda criticou as campanhas anti fiu fiu: “Já beirando a idade em que nos tornamos invisíveis ao peão da obra da esquina, rejeito as campanhas anti fiu fiu e considero o flerte um estado de graça a ser preservado.”
Crítica ao feminismo
Para Fernanda, os problemas dos quais as mulheres reclamam partem delas mesmas e, por isso, reclamar dos homens não é a solução. “A vitimização do discurso feminista me irrita mais do que o machismo. Fora as questões práticas e sociais, muitas vezes, a dependência, a aceitação e a sujeição da mulher partem dela mesma. Reclamar do homem é inútil. Só a mulher tem o poder de se livrar das próprias amarras, para se tornar mais mulher do que jamais pensou ser”, finalizou.