Escalação de Agnes Britcha para peça que lançou Vladimir nacionalmente fez com que ele até repensasse suas crenças
Vladimir Britcha, Wagner Moura, Lázaro Ramos e Gustavo Falcão ficaram conhecidos nacionalmente em 2000, quando protagonizaram a peça “A Máquina”. Passados 25 anos, Vladimir vê a filha, Agnes Brichta, nos palcos com a obra.
“Eu sempre fiquei nervoso com meus filhos em cena. Nessa peça, eu achei que não estava, pela primeira vez, porque tem muitos significados para ela. Eu sei o quanto ela gosta, o quanto ela estudou”, contou o ator no programa “Conversa com Bial”.
Vladimir e Agnes Britcha

O diretor João Falcão chegou a contar para Agnes que ela ficava correndo pelo cenário, ainda criança, quando o pai e os colegas ensaiavam a peça.
Ela não se lembra disso, mas a releitura que viu da obra foi inesquecível.
“Eles decidiram fazer uma releitura no Rio de Janeiro, e eu fui assistir. Entregaram um texto encadernado para cada um, meu pai nunca viu o dele. Depois daquele dia, foi o último dia que ele viu. Peguei e falei: ‘Gente, eu acho que eu estou apaixonada por essa peça. Estou completamente apaixonada’.”

Tempos depois veio o convite para viver a personagem Karina, a amada de Antônio, que é interpretado por quatro atores. Em 2000, por Vladimir, Wagner, Lázaro e Gustavo. Agora, por Alexandre Ammano, Bruno Rocha, Marcos Oli e Vitor Britto.
Com essa coincidência, Vladimir até repensou suas crenças.
“Eu acho que a vida não tem um sentido, uma lógica. A gente cria as lógicas e, por isso, conta histórias e faz ficção, para dar uma lógica que a vida não tem. Mas quando, de repente, a Agnes é escalada e me dão essa notícia… Eu falei: ‘Será que alguém está escrevendo essa história?’. Eu botei a minha fé – ou a falta dela – em cheque.”
“A Máquina”

Em “A Máquina”, o público vê a tentativa do jovem Antônio de mudar seu próprio destino e o do mundo para impedir que sua amada, Karina, vá embora da cidade em que vivem. Um lugar no Nordeste, comum e sem recursos.
Antonio promete, então, o impossível: viajar no tempo e levar o mundo até sua cidade.
A obra fica em cartaz até dezembro em São Paulo e deve circular nas principais capitais do país a partir de 2026.

