Ex-ator e diretor da Globo relata vício em drogas ao viver dependente químico: “Quase destruiu minha vida”

Pedro Vasconcelos, que ficou na emissora dos anos 80 até 2021, disse que a forma como estudou o personagem da minissérie “O Portador” o causou dependência química

Ex-ator e diretor de novelas da Globo, Pedro Vasconcelos deu um relato forte de como uma das obras em que atuou afetou sua vida. Segundo ele, ao viver um personagem dependente químico na minissérie “O Portador”, de 1991, ele decidiu mergulhar profundamente no universo do papel. Por isso, ele também teria se tornado dependente químico.

Pedro Vasconcelos revela vício em drogas nos anos 90

Usando o Instagram, Pedro Vasconcelos, que trabalhou na Rede Globo entre 1980 e 2021, relatou uma experiência que teve durante “O Portador”. Na minissérie dos anos 90, Pedro vivia Victor, um homem que lidava com vício em drogas – e, segundo o ex-ator, ele teria se viciado enquanto estudava o personagem.

Pedro Vasconcelos
(Crédito: Reprodução/YouTube GeralPod)

“Fui fazer um personagem viciado em drogas e acabei me tornando um também! Como eu entrei nessa roubada?”, escreveu ele em um post no Instagram. Na postagem, ele afirmou ainda que “resolveu fazer a pior coisa que podia” ao receber a proposta do personagem. “Resolvi fazer o ‘laboratório’. A gente mergulha nos hábitos, na forma de pensar, em como vive a persona a ser modelada”, disse.

Em seguida, Vasconcelos detalhou ainda mais profundamente a experiência. No relato, ele aproveitou ainda para deixar um conselho a quem o acompanha sobre a técnica usada para atuar naquele papel.

“No caso do personagem, o uso de drogas pesadas seria uma experiência importante para realizar meu trabalho. Nunca façam isso! A partir dali, peguei a energia daquele ser humano, comportamental, mental e emocional, e me destruí. Fiquei exatamente como ele: perdido, viciado e escravo dos meus comportamentos inconscientes”, declarou.

Pedro Vasconcelos
(Crédito: Reprodução/Instagram @pedropontodevirada)

Vasconcelos, conforme escreveu, não se orgulha da decisão. “Por um impulso inconsequente, tomei uma decisão que quase destruiu minha vida. Foi aí que tudo começou a desmoronar. Minha vida virou de cabeça para baixo e o vício me prendeu de uma forma que eu jamais imaginei”, lamentou o ex-diretor. Pedro Vasconcelos deixou a Globo por decisão própria em 2021.

Ex-ator e diretor conta como superou vício em drogas

Por fim, Vasconcelos frisou que conseguiu reverter a situação, e explicou como o fez. “Como sair? Pela mesma porta que entramos! Comecei a me imaginar saudável, feliz, fazendo as coisas que de verdade amava fazer. Criei uma ligação de sentimentos tão forte com hábitos bons e saudáveis que fui gerando em mim uma lenta e progressiva transformação”, concluiu.

Se você ou alguém que você conhece tem problemas relacionados ao uso de álcool ou drogas, ou enfrenta questões profundas de saúde mental, aconselha-se buscar auxílio profissional, como a terapia ou instituições voltadas para o tratamento de pessoas com dependência química, depressão, ansiedade, entre outras questões.

O que aconteceu com Pedro Vasconcelos?

Pedro Vasconcelos
Ator em “Malhação” (Crédito: Reprodução/Globo)

Pedro Vasconcelos entrou na Rede Globo nos anos 80 e, na emissora, atuou tanto na frente quanto por trás das câmeras. Como diretor, ele esteve em produções como “Alma Gêmea”, “Sete Pecados”, “Império”, “Além do Tempo”, “Força do Querer” e “Espelho da Vida”.

Já como ator, ele se tornou um rosto mais conhecido pelo público quando, em 1997, protagonizou uma das fases de “Malhação” ao lado da atriz Luana Piovani, com quem vivia um par romântico. Além disso, ele também atuou em “Top Model”, “Riacho Doce”, “Vamp”, “A Próxima Vítima” e mais.

Em 2018, Vasconcelos dirigiu sua última novela, “Espelho da Vida”. Três anos depois, ele estava escalado para dirigir “Além da Ilusão”, folhetim protagonizado por Rafa Vitti e Larissa Manoela, mas optou por deixar tanto a produção quanto a emissora em si. Pedro Vasconcelos se demitiu em 2021, em meio à pandemia de Covid-19.

À coluna de Patrícia Kogut no veículo “O Globo”, ele explicou a decisão citando a vontade de explorar um caminho menos árduo. “Não quero terminar como [os diretores] Jorge Fernando, Roberto Talma, Paulo Ubiratan e Walter Avancini, que saíram direto para o cemitério”, afirmou, frisando que acreditava ser o momento de cuidar de si.

“Quando você percebe, a vida passou e os estragos na saúde estão feitos. O trabalho na TV é desgastante. Não me sentia mais em condições de saúde”, declarou o ex-diretor e ator que, atualmente, cria conteúdos para redes sociais e escreveu o livro “As 8 Riquezas do Universo”. A obra aborda temas relacionados a autoconhecimento e promete ser um “manual definitivo para uma vida plena e abundante”.

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