Depois de Lourdes em “Amor de Mãe”, Regina Casé volta às novelas no elenco de “Todas as Flores”, produção original para o Globoplay, interpretando Zoé, a primeira vilã de sua carreira na TV, que também é rica, característica com a qual nunca tinha tido a chance de lidar em cena.
Por sinal, em um primeiro momento, a veterana se sentiu constrangida, mas conseguiu entrar com tudo no papel e até humanizar um pouco a antagonista, conforme revelou em coletiva para a imprensa, da qual o Zappeando participou. “Ela faz várias barbaridades”, adiantou a atriz.
Regina Casé comenta desconforto com Zoé em “Todas as Flores”
Na obra de João Emanuel Carneiro, Zoé é uma mulher espalhafatosa no agir e no sentir, que tem duas filhas: Maíra (Sophie Charlotte), que abandonou ao nascer por sua deficiência visual, e também Vanessa (Letícia Colin), ganhando a vida de um jeito criminoso e escondendo alguns segredos do passado.
“De cara me interessou muito porque nunca fiz uma personagem nem de classe média, quanto mais uma rica, nunca fiz uma vilã. A Zoé merecia quase um flashback a cada capítulo. O encontro com a Maíra é muito impactante, é a primeira vez em que ela experimenta algum sentimento”.
Ambiciosa e calculista, Zoé, nas palavras da atriz, “faz várias barbaridades, tudo por dinheiro e por grana”, além de ser amante de Humberto (Fabio Assunção). A dificuldade para a atriz está no fato de que a protagonista não é linear: uma hora faz uma maldade e depois tenta se redimir por ela.
“Se ela fosse uma vilã linear do primeiro ao último capítulo… Mas assim, acabei de fazer algo terrível, faço um bolo formigueiro pra minha filha, ai passo capítulos fazendo chazinho”, brincou Regina. “Zoé está sendo uma oportunidade de me levar para um lugar que eu conheço muito pouco”.
A atriz admitiu que, quando se caracterizou pela primeira vez, com a peruca loira e acessórios espalhafatosos, levou um susto. “Fiquei com um pouquinho de medo se aquela pessoa existia”.
Progressivamente, as coisas foram melhorando e Regina conseguiu identificar um pouco de Zoé na sociedade: “Comecei a relaxar e me sentir mais confortável. Cheguei a conclusão que Zoé existe (…) A transição é brusca não só de ‘Amor de Mãe’, mas da minha carreira todinha”.
Deixando claro que não vai defender ou passar pano para as maldades de Zoé, Regina explica que a humanização foi necessária para identificar em sua vilã outras camadas. “A Zoé é cheia de vida, ela quer viver, mas o jeito que ela está dando para viver, como ela está ganhando a vida, não é muito legal”.
A partir de 19 de outubro, “Todas as Flores” fica disponível no Globoplay, ganhando 5 episódios por semana.