Mais do que um drama sobre culpa e redenção, “A Mulher da Fila” virou fenômeno ao trazer história real e sofrida para a Netflix
“A Mulher da Fila”, título argentino em alta na Netflix, mistura drama e suspense para criar uma narrativa intensa. Dirigido por Benjamín Ávila (“Infância Clandestina”) e escrito por Natalia Oreiro, que também é protagonista, o filme se baseou em fatos reais para explorar um lado pouco retratado do sistema prisional: o das mulheres que esperam do lado de fora.
Confira detalhes da história real!
História real de “A Mulher da Fila”, filme da Netflix
“A Mulher da Fila” segue Andrea (Natalia Oreiro), cuja vida pacata de classe média é subitamente virada de cabeça para baixo sobretudo quando seu filho adolescente, Gustavo (Federico Heinrich), acaba detido em uma invasão policial à sua casa, em Buenos Aires, na Argentina, levando a momentos de puro desespero.

Convencida da inocência do filho, Andrea é forçada a entrar em um universo desconhecido: o das longas filas diante dos presídios. Ali, ao lado de visitantes experientes como La 22 (Amparo Noguera), ela passa a enfrentar a burocracia, humilhação e o julgamento social, sendo obrigada a confrontar não apenas as falhas do sistema carcerário, mas também seus próprios privilégios de classe.
O filme se inspira na história de Andrea Casamento, fundadora da Associação Civil de Familiares de Detentos (ACIFAD), organização que luta pelos direitos de quem tem familiares presos na Argentina. Da mesma forma que em “A Mulher da Fila”, em 2004, Andrea viu sua vida mudar totalmente após a prisão equivocada do filho.
A mãe em sofrimento se deparou com uma realidade assustadora do sistema prisional, encarando filas intermináveis, revistas constrangedoras e o descaso do sistema prisional argentino, optando, como resultado, por se unir a outras mulheres em situações semelhantes. Foi quando nasceu a ACIFAD, atualmente, portanto, uma das principais vozes na defesa dos direitos humanos de familiares de detentos.

O roteiro de Benjamín Ávila e Marcelo Müller usou essa base real para criar uma ficção de forte impacto emocional. Da mesma forma que a protagonista da vida real, a Andrea interpretada por Natalia Oreiro é impelida a reconhecer e desmantelar seus próprios preconceitos.
A personagem passa por um processo de reconstrução pessoal ao ser confrontada por uma realidade que, até então, era totalmente desconhecida e intimidante. O filme, por fim, traz uma mensagem sobre empatia e reconciliação social, onde Andrea percebe que compartilha da mesma dor de outras mulheres, compreendendo o seu sofrimento através do das outras.

“A Mulher da Fila” está disponível no catálogo da Netflix.

