Assim como é retratado em “Nos Tempos do Imperador”, o relacionamento da imperatriz Teresa Cristina com Dom Pedro II não era dos melhores e foi bastante complicado.
Apesar da indiferença que o imperador sempre mostrou à esposa, desde o início do casamento dos dois, ela se mostrou atenciosa, generosa e amável. Saiba mais sobre a sua história abaixo.
Qual é a história da imperatriz Teresa Cristina?
Nascida em 1822 em Nápoles, na Itália, Teresa Cristina era filha do rei Francisco I das Duas Sicílias e de Maria Isabel de Bourbon — uma das filhas de Carlota Joaquina. Por isso, ela era prima direta de Dom Pedro I e prima em primeiro grau e meio de seu marido, Dom Pedro II.
Durante a infância, a imperatriz era descrita como uma menina com personalidade tímida e suave, ao contrário de seu implacável pai e impulsiva mãe. Também dizia-se que Teresa era um pouco “apagada” e que ficava satisfeita com qualquer circunstância, independentemente se era o que havia planejado.
Na década de 1840, quando tinha por volta de 20 anos, a mão de Teresa foi proposta a Dom Pedro II. Ele recebeu de sua família um retrato que embelezava a princesa e, por isso, aceitou o casamento. Eles casaram-se por procuração em 1843 e, naquele mesmo ano, uma frota brasileira partiu para a Itália com o objetivo de trazer a imperatriz ao Brasil.
Ao desembarcar em seu novo lar, Teresa apaixonou-se à primeira vista por Pedro. No entanto, o imperador ficou bastante desapontado com as diferenças entre o retrato e a vida real. Depois de se recuperar do primeiro encontro com o marido, a princesa ficou decidida a fazer o possível para melhorar a relação.
Apesar de o casamento ter começado de uma maneira ruim, Teresa Cristina se esforçou para ser uma boa esposa. Ao longo dos anos, os dois descobriram interesses em comum e a preocupação em formar uma família acabaram gerando um sentimento de felicidade no palácio real.
Juntos, Teresa e Pedro tiveram quatro filhos: Afonso Pedro (em fevereiro de 1845), Isabel (em julho de 1846), Leopoldina (em julho de 1847) e Pedro Afonso (em julho de 1848). Os dois meninos, no entanto, morreram ainda crianças.
Com o passar do tempo, Teresa acabou aceitando o papel de imperatriz e cumprindo os deveres na Corte. Sempre apareceu em público com o marido, que a tratava com respeito e consideração, e era uma grande apreciadora da cultura brasileira — sendo, por isso, querida pelo povo.
Teresa tinha diversos interesses intelectuais e desenvolveu uma grande paixão pelas artes e ciências, particularmente pela arqueologia. A imperatriz também patrocinou estudos arqueológicos e ajudou na imigração italiana para o Brasil.
Ao longo dos anos, Teresa teve que lidar com alguns casos extraconjugais de Dom Pedro II. O mais relevante deles, no entanto, foi o que ocorreu com Luísa, a Condessa de Barral.
Teresa percebeu que a Condessa conquistou o coração de Dom Pedro por ser muito elegante, educada, sofisticada e culta — e, por isso, fazer o tipo do imperador. No entanto, apesar de perceber que a traição estava acontecendo e ficar com ciúmes, a imperatriz nunca fez planos para “se livrar” da moça ou se posicionou contra a situação.
A mãe das princesas acabou engolindo o caso e apenas se viu livre de Luísa depois que as filhas cresceram. Apesar de tudo, diversos historiadores relatam que Teresa não conseguia disfarçar o fato de que não suportava a Condessa de Barral.
Anos mais tarde, em 1871, Leopoldina faleceu de febre tifoide aos 24 anos — notícia que deixou Teresa Cristina arrasada, já que essa era a terceira morte de um filho na família. Para tentar animá-la, Dom Pedro decidiu viajar para a Europa, a fim de visitar os netos. O casal viajou para o exterior algumas vezes nas décadas de 1870 e 1880, mas a imperatriz ainda preferia a sua vida no Brasil.
Sua rotina no Rio de Janeiro terminou quando Pedro foi deposto, em 1889 — o que fez com que toda a família imperial deixasse o Brasil. Teresa, no entanto, amava os brasileiros e não queria deixar a sua terra. Mesmo assim, aos 66 anos, mudou-se para Lisboa, em Portugal.
Em dezembro de 1889, a família imperial recebeu a notícia de que havia sido banida para sempre do Brasil. A informação deixou Teresa devastada. Em 28 de dezembro daquele ano, a imperatriz faleceu.
De acordo com historiadores, em seu leito de morte, Teresa afirmou: “Não morro de doença. Morro de dor e desgosto. Sinto a ausência das minhas filhas e dos meus netos. E não posso abençoar pela última vez o Brasil, minha terra linda… Não posso mais voltar”.