“Nos Tempos do Imperador” inverteu a relação entre Leopoldina, personagem de Bruna Griphao, e a Condessa de Barral, interpretada por Mariana Ximenes, mostrando cenas onde as duas figuras históricas demonstram a maior afinidade após o casamento da princesa.
Inclusive, a herdeira de Dom Pedro (Selton Mello) chega a visitá-la na Europa, defendendo a preceptora de Augusto (Gil Coelho), o que na vida real foi bem diferente. Dina, por sua personalidade forte, nunca se deu bem com Luísa. Entenda!
Como era a relação da Leopoldina com a Condessa na vida real
Registros históricos mostram que o imperador do Brasil e a Condessa passaram 34 anos na vida um do outro. Ao se tornar preceptora das filhas dele, Leopoldina e Isabel, Luísa acabou se apaixonando perdidamente por Dom Pedro II.
O problema é que, como o próprio Augusto descreveu nesse período, a Condessa tinha uma personalidade difícil, se envaidecendo por ter a preferência de Dom Pedro II, o que rendeu vários atritos com Leopoldina, mais rebelde do que a irmã.
O treinamento para se tornarem prontas para a corte durou de 1856 a 1864. Dina, como mostra “Nos Tempos”, era mais difícil de lidar, se incomodando muitas vezes com as ordens da preceptora, já que só assumiria o trono na ausência da irmã mais velha.

Uma carta, escrita pela Condessa no dia 11 de novembro de 1859 mostra que as duas viviam discutindo por causa da resistência de Leopoldina em acatar suas ordens, o que a levou a pedir ajuda, diante do aumento de conflitos.
“Rogo a V. Mᵃ de instar com S. A. a Princesa D. Leopoldina para que se corrija do mau hábito que tem de estender o lábio inferior, de coçar a cabeça e o nariz, e de vesgar os olhos quando escreve. Diga-lhe que espera achá-la sem esses cacoetes na Sua volta, para ver se ela atende às minhas constantes advertências”. (FRANCISCO, 2017)
A Condessa pegava tão pesado algumas vezes que Leopoldina chegou a escrever uma carta para o pai pedindo mais tempo para terminar um exercício de Botânica, deixando claro que, com Luísa, não tinha negociação. O pedido foi negado pelo imperador.

No Natal de 1859, quando Teresa Cristina e Pedro viajavam, Luísa montou uma árvore de natal na Quinta, colocando presentinhos que supostamente seriam do Noel. Quando as princesas abriram, se depararam com palmatórias, uma espécie de lição.
Marido de Leopoldina, Augusto nunca gostou da Condessa, chegando a criticá-la várias vezes, em cartas enviadas ao seu país.