Assim como é retratado em “Nos Tempos do Imperador”, novela das 6 da Globo, o marido da princesa Isabel, Gastão, não era uma pessoa muito querida pelos brasileiros na vida real.
Na década de 1870, mesmo após tentar ao máximo se aproximar de Dom Pedro II e ter a aprovação do imperador, o conde francês viu sua impopularidade crescer entre os habitantes do Brasil — especialmente após a Guerra do Paraguai (1864-1870). Entenda o motivo do ódio da população abaixo!
Por que Gastão era impopular entre os brasileiros?
Após se casar com a princesa Isabel, em 1864, Gastão tentou participar de várias maneiras das ações do governo brasileiro, ao lado de Dom Pedro II. O nobre, no entanto, não obteve sucesso. Isso porque o imperador excluía o genro e a filha sucessora dos assuntos e decisões relacionadas ao Estado.
Após ser deixado de lado nos temas nacionais, Gastão resolveu focar em temas sociais — como trabalhos voluntários, auxílio de construções de escolas e projetos de lei destinados ao Exército —, tudo com o objetivo de ter uma projeção positiva no cenário do Brasil.
Apesar do esforço, a situação do francês piorou após o fim da Guerra do Paraguai (1870). Até então, o partido republicano ainda gostava de Dom Pedro II — mas nutria grande antipatia por Gastão e Isabel, que era a herdeira do trono brasileiro. Com isso, o casal se tornou o bode expiatório perfeito, e os políticos e seus simpatizantes na imprensa começaram a culpar os futuros governantes pelos problemas do Brasil.
Gastão foi o que mais sofreu entre os dois. Sua nacionalidade francesa era vista com repulsa pelos brasileiros, que não gostavam que os assuntos nacionais fossem tratados por um estrangeiro. Na época, os habitantes o chamavam de “o francês” e detestavam a sua participação na condução dos negócios públicos.
O marido de Isabel também era constantemente atacado pela imprensa republicana, que chegou ao ponto de criar notícias falsas envolvendo o nome do conde. Os “escândalos” incluíram envolvimento com a maçonaria e até exploração de cortiços.
Até mesmo o problema de audição de Gastão foi usado contra ele. Sua surdez foi explorada para causar rejeição — diziam que ele era incapaz de ouvir o próximo e que era um homem orgulhoso e apático.
Com o crescimento de sua impopularidade, Gastão passou a ser removido das reuniões do conselho do Estado e até das cerimônias oficiais da família imperial, como bailes e jantares. A partir de então, o conde foi se tornando cada vez mais recluso e, aos poucos, abandonou a vida pública.