Ana Beatriz Nogueira gravou “Caminho das Índias” sem saber de doença: diagnóstico só veio depois

por | set 16, 2024 | Televisão

Atriz foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2009, mas demorou dez anos para revelar a doença publicamente

Ana Beatriz Nogueira, diagnosticada com esclerose múltipla há 15 anos, gravou a novela “Caminho das Índias” sem saber da doença. No entanto, a atriz notou alguns sintomas estranhos e revelou que chegou a ver tudo duplo enquanto filmava cenas da produção.

Ana Beatriz Nogueira gravou novela sem saber de doença

A esclerose múltipla causou muitos transtornos à atriz que, na época em que os sintomas se intensificaram, estava gravando “Caminho das Índias”, de 2009, no papel de Ilana.

“Quando recebi o diagnóstico [de esclerose] tive um ano de imenso sofrimento. Fiz Caminho das Índias vendo todo mundo duplo”, entregou Ana Beatriz, no “Conversa com Bial”.

Questionada sobre os sintomas, Ana reparou em uma parestesia, sensação anormal de formigamento, onde parte do rosto ficava dormente. Contudo, a queixa passou sozinha, mas outros surtos vieram.

Aida (Totia Meirelles) e Ilana (Ana Beatriz Nogueira) em “Caminho das Índias” (Crédito: TV Globo/Isac Luz)

“Eu tive, no mesmo ano, mais dois surtos na visão. Um vendo todo mundo duplo e embaçado. A Gloria nem sabe disso, mas metade de ‘Caminho das Índias’ todo mundo estava duplo, dois Callonis, duas Vera Fischers, dois Tony Ramos, dois todo mundo”.

De acordo com o atriz, Antonio Calloni a ajudou nas cenas em que sentiu mais dificuldade, sinalizando para onde deveria ir. Entretanto, Ana Beatriz acreditou que o sintoma era um efeito colateral de uma medicação que tinha trocado.

Ana Beatriz descreveu o momento da descoberta como “muito assustador”, mas celebrou o fato de sua esclerose não ter evoluído, ao longo dos anos, se revelando da forma mais branda.

“Eu sou um soldado com o tratamento. Disciplinada. Tive recursos esse tempo todo para pagar o melhor tratamento, para trazer o melhor remédio. As aplicações são injetáveis, quantas vezes a farmácia brasileira não tinha para muita gente e muitas vezes para ninguém. Graças ao meu trabalho, quantas vezes as caixas vieram de fora e ainda vem, é o remédio indicado para mim”.

Ana Beatriz Nogueira no “Conversa com Bial” (Crédito: Reprodução/Globoplay)

Ana Beatriz fala com naturalidade sobre esclerose múltipla

Bem-humorada, atualmente Ana Beatriz aborda o assunto com naturalidade. “Estou rindo porque, não sei, eu tenho essa coisa de humor. As piores situações da minha vida, eu acho engraçado algumas coisas que não tem a menor graça, não sei o que me acontece”.

“Eu fiquei dez anos sem contar que tinha EM [esclerose múltipla] trabalhando, mas sempre contei aos diretores mais importantes da empresa. Mudava a gestão e eu ia lá de novo. ‘Olha, eu tenho isso, está aqui o telefone da minha neurologista, qualquer dúvida, ligue, não tenho nada a esconder'”.

Ana Beatriz Nogueira no “Conversa com Bial” (Crédito: Reprodução/Globoplay)

Depois de dez anos do diagnóstico, quando já tinha passado pelos piores momentos, Ana Beatriz decidiu abrir publicamente a sua condição. Nesse meio tempo, a atriz passou por nove novelas, oito peças, além de dirigido dois shows.

Anteriormente, Ana Beatriz começou a correr e se agarrar à vários projetos, com medo de não dar mais conta. Com o tratamento certo, além do apoio do médico, a atriz conseguiu estabilizar a doença e não teve mais surtos como aqueles.

O que é a esclerose múltipla e como tratá-la

Doença crônica e degenerativa, a esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica autoimune que afeta o sistema nervoso central, ou seja, o cérebro e a medula espinhal.

Apesar de não ter cura, a esclerose se mostrou controlável, uma vez que é causada por um ataque do sistema imunológico contra a bainha de mielina, que é a substância que reveste os neurônios.

Como resultado, a doença pode afetar funções como caminhar, falar, enxergar e urinar. Entretanto, é válido ressaltar que os sintomas da EM variam de pessoa para pessoa, dependendo de quais e quantos nervos foram afetados, sendo mais comum em mulheres, de 20 a 50 anos.

A esclerose múltipla causa muitos sintomas diferentes, entre eles perda da visão, dor, fadiga e comprometimento da coordenação motora. Para tratamento, existe a fisioterapia e o medicamento imunosupressor, que ajudam a retardar a progressão da doença.

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