Reunimos as principais respostas para dúvidas sobre “Tremembé”, um dos maiores lançamentos em séries de 2025
“Tremembé”, original do Prime Video, gerou grande repercussão ao abordar o cotidiano e as histórias de detentos envolvidos em alguns dos crimes mais chocantes do Brasil, como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, por exemplo.
Confira as principais respostas sobre a série!
“Tremembé”: principais respostas sobre a série do Prime Video
Por que Tremembé é chamada de “presídio dos famosos”?
A Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, conhecida popularmente como P2 de Tremembé ou “Presídio dos Famosos”, começou a receber “presos especiais” em 2002. O local inclui apenas detentos que cometeram crimes de alta notoriedade e crueldade, como assassinatos de grande repercussão.
Segundo especialistas, esses presos não sobreviveriam em penitenciárias comuns, pois correriam risco de vida devido à natureza brutal de seus crimes e à intensa rejeição popular. Como resultado, os detentos que se encaixam no perfil recebem encaminhamento para a unidade prisional, que proporciona maior isolamento.
Suzane von Richthofen denunciou promotor por assédio?
A denúncia, como mostrada na série, também aconteceu na vida real. Suzane von Richthofen acusou o promotor Eliseu José Berardo Gonçalves de assédio, alegando que ele havia pedido “um beijo” em troca de ajuda para sua transferência para a Penitenciária de Tremembé em 2006.
A Corregedoria do Ministério Público Estadual investigou o caso e, em 2010, puniu o promotor com 22 dias de suspensão. Eliseu, em contrapartida, negou as acusações, alegando que as provas eram falsas e que testemunhas mentiram durante o processo.
Segundo o livro “Suzane: Assassina e Manipuladora”, de Ullisses Campbell, o primeiro contato entre Suzane e o promotor ocorreu após a detenta formalizar uma denúncia ao Ministério Público. A detenta afirmou sofrer ameaças de morte de outras presas na Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto.
Qual crime Poliana, de “Tremembé”, cometeu?
A personagem Poliana, interpretada por Letícia Tomazella, teve inspiração em uma criminosa da vida real chamada Luciana Oldberg. A detenta foi condenada a 29 anos de prisão em 2013 por registrar abusos sexuais cometidos contra suas irmãs gêmeas, de apenas três anos, além de compartilhar o material em grupos de pedofilia.
O crime, na época extensivamente noticiado, causou forte comoção em todo o país. A estreia da série provocou o ressurgimento da indignação pública, ao trazer novamente à tona um dos episódios mais chocantes e perturbadores da história criminal brasileira.
A criminosa teria permitido que o marido e namorado, com quem vivia um trisal, abusassem das crianças, logo depois de dopá-las, registrando tudo. Um dos participantes desses grupos viu o vídeo e denunciou o crime à polícia, o que levou à prisão de Luciana.
Quem é a Raíssa de “Tremembé”?
Raíssa, vivida pela atriz Débora Fernanda, teve a trajetória inspirada em um dos crimes mais brutais já registrados no interior de São Paulo. A personagem recria a história de Vanessa dos Santos Martins, condenada em 2007 pelo assassinato do próprio enteado, Alan David Andrade Garcia, de apenas cinco anos.
O caso aconteceu na cidade de Penápolis (SP). Segundo os autos, Vanessa matou a criança com socos, chutes e golpes na cabeça, que resultaram em hemorragia interna e rompimento do baço. Tudo aconteceu quando o pai do menino, Vanderlei Garcia Alves, estava fora de casa e o filho teve uma crise de choro.
Na época, a defesa de Vanessa alegou que ela estava sofrendo com depressão pós-parto e teria se descontrolado com o choro, que supostamente seria um gatilho. A madrasta chegou a levar Alan para o hospital, mas o pequeno não resistiu aos ferimentos.
Condenada a 28 anos e 8 meses de prisão, Vanessa foi transferida para o presídio de Tremembé, onde passou por uma transformação inesperada e ajudou a fundar uma igreja dentro da penitenciária. A criminosa virou uma espécie de pastora e conselheira para outras detentas – entre elas, Suzane von Richthofen.
Qual foi o crime da Cássia em “Tremembé”?
Cássia, que ganha destaque nos primeiros episódios de “Tremembé”, vivia perseguindo Ana Carolina Jatobá na cadeia. Interpretada por Ana Paula Dias na ficção, a criminosa ficou marcada pela crueldade com a própria filha na vida real.
A personagem teve inspiração no caso da Regina Aparecida Costa, natural de Araraquara, condenada a 20 anos de prisão. Segundo o Ministério Público, a detenta recebeu pena por prostituir a filha de apenas 11 anos.
O caso aconteceu em Monte Aprazível, no interior de São Paulo, onde Regina conheceu o pedreiro Marco Marques de Souza, de 24 anos. Os dois começaram a se relacionar e, com o tempo, ele foi demonstrando interesse na criança.
Para manter o relacionamento e o sustento da casa, Regina permitia que o homem violentasse sexualmente a filha, em troca de R$ 50 por noite. Pouco depois, Marco se declarou apaixonado pela criança e a detenta sugeriu que fosse morar com elas, com a condição de sustentar a família.
Marcos decidiu sair de casa e morar apenas com a menina, mas quando a mãe dele descobriu o que acontecia, ameaçou procurar a polícia. O pedreiro devolveu a garota para Regina, mas continuou fazendo as visitas mediante pagamento, enquanto a mãe permitiu que outros homens se aproximassem dela.
A situação ficou tão crítica que a menina pediu para a mãe parar, mas a Regina reagiu com violência, espancando a filha. A criminosa chegou a levá-la no alojamento de cortadores de cana para explorar a garota, mais uma vez, em troca de dinheiro. Quando conseguiu fugir, a menina procurou o conselho tutelar, contando o inferno que vivia há meses e prendendo a mãe e o amante, como resultado.
Todos ficaram presos ao mesmo tempo em Tremembé?
Todos os oito detentos abordados na série do Prime Video — Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos, Elize Matsunaga, Sandrão, Alexandre Nardoni, Ana Carolina Jatobá e Roger Abdelmassih — cumpriram pena na unidade prisional ao mesmo tempo. O período que coincidiu de estarem reunidos foi entre 2014 e 2017.
Criminosos lucraram com “Tremembé”?
Kelner Macêdo e Letícia Rodrigues, que atuam em “Tremembé”, afirmaram, em podcast do AdoroCinema, que os criminosos não recebem nenhum valor pela participação. “Os condenados não recebem nada em nenhum momento em que eles são mencionados”.
“Até porque são [abordados na série] fatos que estão nos autos do Ministério Público para todo cidadão que quiser investigar e ter acesso”, acrescentou Letícia, em seguida. Caso alguma entrevista com um dos presos da vida real aparecesse, as negociações poderiam ser diferentes.
Quem é Dadá em “Tremembé”?
Maria Bonita, representada na série como Dada (Rosana Maris), foi a responsável por “encomendar” a morte de Suzane von Ritchtofen em Tremembé. A criminosa, em 2006, virou alvo, junto com outra detenta, em um protesto por melhores condições armados pelo Primeiro Comando da Capital, o PCC.
O motim tinha como intenção tirar a vida da ruiva e de Aurinete Félix da Silva, a “Netinha”, ex-fundadora do PCC que migrou para o Terceiro Comando da Capital. O assassinato foi determinado por Quitéria Silva Santos, a Rainha da Penitenciária Feminina da Capital, com o apoio de Maria Bonita, encarregada de matar Suzane.
Quitéria, de fato, morreu durante o motim, mas Suzane conseguiu se salvar, após encontrar esconderijo. Netinha, por sua vez, conseguiu fugir com proteção da administração da penitenciária. A assassina foi transferida para outro local após o motim, em Rio Claro, reencontrando Maria Bonita anos depois, em Ribeirão Preto, pedindo novamente transferência.
“Tremembé” vai ter segunda temporada?
Série mais vista do Prime Video, “Tremembé”, portanto, tem tudo para ganhar uma segunda temporada, diante da repercussão e índices de audiência. No entanto, até o momento, o streaming não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade de produzir uma sequência para o fenômeno.
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