
O teatro Alfa, em São Paulo, recebe a última temporadas de “Chacrinha, o Musical”, a partir de 27 de março. Escrito por Pedro Bial e Rodrigo Nogueira, o musical mostra a trajetória da vida do apresentador pernambucano que marcou a TV brasileira e ajudou a ditar o gosto musical do povo brasileiro.
José Abelardo Barbosa de Medeiros nasceu em setembro de 1917 e teve uma longa trajetória até o sucesso como apresentador televisivo. Em junho de 1988, Chacrinha faleceu devido a um infarto e insuficiência respiratória.
Veja a seguir algumas curiosidades sobre a vida do apresentador:
Quase médico
Em 1936, ainda conhecido como José Abelardo, ingressou na faculdade de medicina em Pernambuco, mas ficou apenas dois anos.
Salvo pelos colegas de faculdade
Durante a faculdade, Chacrinha teve apendicite, que foi tratada pelos seus colegas estudantes de medicina.
Percussionista
Chacrinha fazia parte do grupo “Bando Acadêmico” como percussionista. A banda chegou a se apresentar na Europa.
Origem do Apelido
Na volta de suas apresentações na Europa como percussionista do grupo “Bando Acadêmico”, Chacrinha foi para o Rio de Janeiro determinado a ser locutor de rádio. Após tentativas frustradas, em 1942 iniciou como radialista na Rádio de Niterói com o programa “Rei Momo da Chacrinha”, pois a rádio ficava em uma chácara. Daí surgiu o apelido pelo qual é conhecido no Brasil inteiro.
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Sucesso e estreia na TV
Chacrinha foi sucesso absoluto como locutor de 1942 até 1955. No ano seguinte, ele passou a apresentar o “Rancho Alegre” da TV Tupi do Rio, depois passou pela TV Rio, Bandeirantes, TV Tupi de São Paulo e, por fim, a TV Globo, onde se consagrou.
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Estilo inovador
Seu estilo de se apresentar com fantasias chamativas, seus bordões e suas bailarinas uniformizadas, as famosas “chacretes”, foram inovadores para a época. Essa referência deixada por Chacrinha é usada até hoje em programas de auditório.
Palco de grandes artistas
Os programas apresentados por Chacrinha já foram palco de grandes artistas relevantes no cenário brasileiro, na época em início de carreira, como Titãs, Jair Rodrigues, Gal Costa, Elis Regina, Os Demônios da Garoa, entre outros.
Censura
Em 1970, na época da ditadura militar, seu programa foi acompanhado de perto pelos membros do regime. Seu programa recebia criticas por ser considerado pornográfico pelas roupas das chacretes e alienador por não haver seriedade.
Homenagem de escola de samba
Em 1987, a escola de samba Império Serrano apresentou o enredo “Com a boca no mundo – quem não se comunica se trumbica” em homenagem a Chacrinha. A escola obteve a terceira colocação no ranking geral do carnaval daquele ano.
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Acusado de receber o famoso “Jabá”
André Midani, profissional do mercado fonográfico, acusou Chacrinha de cobrar o “jabá”, uma espécie de propina, para que os artistas pudessem se apresentar em seu programa. Midani usou de alguns jornais para fazer sua denúncia, o que lhe custou caro, pois outros veículos televisivos passaram a aderir está ideia também. Alguns artistas, como Roger, do Ultraje a Rigor, detalharam como a coisa funcionava: Chacrinha costumava organizar caravanas com shows em trios elétricos em regiões suburbanas do Rio de Janeiro e fazia com que grupos e artistas se apresentassem em cima dos carros em troca de espaço em seu programa na TV. Roger contou até que teve uma guitarra roubada por uma pessoa da plateia em um destes shows de subúrbio.