“Bebê Rena” deixou muita gente intrigada ao apresentar a história real (e bizarra) de uma stalker que perseguiu o ator, roteirista e comediante Richard Gadd durante quatro anos e meio. Optando por preservar a identidade da mulher que fez ameaças até para pessoas no seu entorno, o protagonista também levou ao ar um final diferente da vida real.
Por que “Bebê Rena”, da Netflix, mudou o final?
A minissérie da Netflix, que despontou entre os títulos mais assistidos globalmente desde a estreia, acompanha Donny, interpretado pelo próprio Richard Gadd, que vê sua vida virar de ponta cabeça ao ser perseguido por uma mulher.
Assim como mostram os episódios, Richard aguentou quatro anos de perseguição e tortura psicológica, incluindo 41.071 e-mails, 350 horas de mensagens de voz, 744 tuítes e 106 páginas de cartas, número bem expressivo e totalmente real.
Martha, interpretada na ficção por Jessica Gunning, não era o nome real da stalker, que Richard preferiu não revelar. A ideia surgiu em sua peça, que também conta sua trajetória, em 2019, chamando a atenção da gigante do streaming.
Em entrevista para a GQ, Richard afirmou que, mesmo que tenha preservado dados da sua perseguidora, como nome, profissão e características físicas, opta por nunca se afastar muito da realidade ao lembrar do momento delicado.
O ator, comediante e roteirista demostrou ainda empatia pela perseguidora ao não expor nada pessoal que pudesse levar os fãs até ela: “Fizemos todo o possível para disfarçá-la a tal ponto que acho que ela não se reconhece”.
O motivo para Richard não desejar expor a verdadeira Martha tem relação com a saúde mental da stalker, que o artista tinha consciência de que estava prejudicada, descrevendo a perseguidora como alguém que precisa de ajuda.
Por todas as razões acima citadas, Richard mudou o final de “Bebê Rena”. Na Netflix, Martha confessa seus crimes e é sentenciada a cumprir pena de nove meses por assediar e ameaçar Donny e sua equipe durante mais de quatro anos.
Na vida real, Richard não quis que a perseguidora chegasse a ir para a cadeia, por conta das desordens psicológicas que sofria, recebendo apenas uma ordem de restrição contra ela. A medida também aparece na minissérie.
“Está resolvido. Eu tinha sentimentos confusos sobre isso: não queria mandar para a prisão alguém com esse nível de sofrimento mental”, explicou o ator, comediante e roteirista, em entrevista ao The Times.