Por que a máscara de “La Casa de Papel: Coreia” é diferente da usada na série original?

“La Casa de Papel: Coreia” já está disponível no catálogo da Netflix e entrou para a lista de produções mais vistas da plataforma. Inspirada na série espanhola, o novo seriado apresenta um cenário fictício: um mundo no qual a Coreia do Norte e a Coreia do Sul estão unificadas. Na trama, um grupo de criminosos inteligentíssimos planejam um enorme roubo a um dos maiores bancos da península.

E um dos detalhes que mais chamou atenção do público foram as máscaras usadas pelos protagonistas: enquanto na versão original o acessório é uma homenagem ao pintor espanhol Salvador Dalí, a nova produção resgata um elemento tradicional da cultura sul-coreana, o Yangban. Saiba mais abaixo!

Significado da máscara de “La Casa de Papel: Coreia”

Jung Jaegu/Netflix

“La Casa de Papel: Coreia” se diferencia da versão espanhola não somente pelo idioma e pela história — que teve algumas modificações — mas também por apresentar detalhes da cultura sul-coreana em seu enredo.

Na trama, o disfarce escolhido pelo Professor (Yoo Ji-tae) nas máscaras dos assaltantes resgata um elemento tradicional da Coreia do Sul. O Yangban é um personagem que surgiu por volta do século 12 como parte do festival conhecido como Hahoe Byeolsingut Talnori, traduzido por “Dança com a Máscara Hahoe”.

A 1ª temporada de
Yang Young Cheul/Netflix

No evento, que é uma mistura de performance com ritual, as apresentações com hahoe tinham cunho satírico para zombar a elite coreana da época. E em cena estavam as máscaras representando diferentes tipos de pesonagens — entre eles o açougueiro, a concubina, o monge budista, o cobrador de impostos, a noiva e o aristocrata.

No caso, o aristocrata é o próprio Yangban, uma figura que ganhou notoriedade durante a poderosa e duradoura Dinastia Joseon (1392-1897). O grupo dos yangban era composto principalmente por funcionários públicos e oficiais militares altamente educados, que pertenciam à classe dominante ou à pequena nobreza da Coreia.

Ou seja, as máscaras dialogam perfeitamente com o propósito do Professor de roubar dos mais ricos. Na trama, o planejamento do roubo ocorre após o personagem perceber como a política de portas abertas e junção das Coreias teve um efeito devastador na vida da maioria das pessoas da Península — e como as riquezas continuam concentrando-se nas mãos das minorias.

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