Passado x Futuro: a evolução dos desenhos animados

Assim como todos os programas de televisão, os desenhos animados evoluíram e passaram por mudanças relevantes ao longo dos anos.

O passado dos desenhos animados não é tão fofo como se pensa. Além do Mickey machista e do Pateta viciado em cigarro, comparando os desenhos das décadas passadas com os desenhos de hoje em dia, uma coisa é certa: o politicamente correto de ontem era muito diferente do politicamente correto de hoje.

Veja 5 comparações de desenhos antigos com desenhos atuais e tire suas próprias conclusões:


Popeye x Bob Esponja

A atividade favorita do Bob Esponja é caçar águas-vivas com seu amigo Patrick, já Popeye só pensa em ficar forte o bastante para dar uma bela surra no seu inimigo Brutus.

Os dois brigavam por Olívia Palito, nome que provavelmente seria proibido por incitar o bullying – quem nunca teve uma colega da sala alta e magra que recebeu esse apelido?

Outra coisa que não seria permitida em um desenho animado atual é um personagem que fuma cachimbo cem por cento do tempo.

Embora muito distintos, os dois personagens têm algo em comum: adoram comer. A única diferença é que o Popeye come espinafre (para ficar forte até o fim) e o Bob Esponja devora seu amado hambúrguer de siri.

Isso diz muito sobre os hábitos alimentares das crianças do passado em comparação com os hábitos das crianças de hoje em dia. Não é à toa que os personagens do Bob Esponja foram brindes dos lanches infantis do Burger King.  

Peppa Pig x Pica-Pau

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Seria mais justo dizer “A inocência” versus “A perversidade”. Peppa Pig vem de uma família de porquinhos e convive com seus amiguinhos animais. Ela ama pular em poças de lama e lida com os desafios do mundo infantil, como aprender a assobiar, por exemplo.

Muito diferente de pular poças de lama, o que o Pica-Pau mais queria era se dar bem, roubar comida e descer a cachoeira de barril, infringindo todas as leis e infernizando a vida de todos, sem nunca ser pego.

Fica difícil de acreditar que o Pica-Pau dos anos 30 era ainda mais alucinado e perverso.

Backyardingans x Looney Tunes

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Dois grupos de amigos animais que fizeram (e fazem, no caso dos Backyardingans) muito sucesso com as crianças. Mas, ao que parece, as crianças do passado gostavam de desenhos mais “intensos”.

Os Backyardingans são amigos com personalidades contrastantes (o corajoso, o líder, o doce, porém medroso, etc) para que as crianças se identifiquem. Eles vivem aventuras criadas pela imaginação, tudo dentro que pode se transformar em qualquer coisa que eles quiserem.

Os Looney Tunes também têm personalidades muito diferentes, só que um pouco mais violentas. O Coiote acaba sempre caindo de penhascos, sendo atingido por objetos pesados ou explosivos em sua eterna corrida atrás do esperto, e perverso, Papa-Léguas.

Frajola tenta todos os dias acabar com a vida de Piu-Piu, a todo custo, muitas vezes portando armas de fogo. Patolino quer ganhar dinheiro fácil e Pernalonga tem como principal passatempo zombar dos outros.

Fantástico Mundo de Bobby x Hora da Aventura

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Um desenho fantasioso guiado pela imaginação de Bob. Ele enxergava fatos cotidianos com um olhar infantil, que fazia uma garota virar um polvo gigante com oito braços terríveis.

Dentre a leva de desenhos animados antigos, “O Fantástico Mundo de Bob” é um dos mais inocentes e educativos.

“A Hora da Aventura” também é guiada pela imaginação do personagem principal, Finn, e, embora seja um desenho novo, já acumula uma série de teorias conspiratórias: o “Mundo de Ooo” é, na verdade, um mundo pós-guerra nuclear. Sim, a “Guerra dos Cogumelos” seria uma referência aos cogumelos formados durante a explosão de bombas atômicas.

Os seres que vivem nesse universo sofrem as mutações causadas pela radiação e por isso são tão “excêntricos”.

Irmão do Jorel x Hey Arnold

Dois garotos nada populares tentando se adequar ao cruel mundo infantil. No entanto, os desenhos têm mais diferenças que semelhanças. 

“O Irmão de Jorel” é centrado na história de um garoto que nem nome tem e vive à sombra do ‘irmão celebridade’ em uma casa de pais acumuladores, que estão presos nos anos 80. Parece aterrorizante, mas o desenho não é tão ofensivo: a cada episódio, o irmão de Jorel supera as dificuldades da infância e da impopularidade, dando um jeito de se sobressair.

“Hey Arnold” é protagonizado por um garoto órfão que vive com os avós em uma pensão. Mais um desenho envolto por “teorias da conspiração”: as suposições dizem que o avô de Arnold era drogado, já que diz em um episódio que, depois de Woodstock, ficou sem nenhum neurônio no cérebro e, por isso, não voltou a estudar.

Além disso, a principal teoria por de trás do desenho afirma que ele é baseado em fatos reais e que Arnold não é órfão; seus avós são seus pais verdadeiros. Todos os seus amigos, com formatos de cabeça igualmente estranhos, são fruto da imaginação de Arnold, para superar o bullying que sofre. De arruinar qualquer infância, não?