Duas histórias fortes, vivenciadas por mulheres chamadas Daisy Coleman e Chanel Miller, inspiraram a trama
“Não Nos Calaremos” (“Ni Una Más”) acompanha Alma (Nicole Wallace), estudante de 17 anos, que faz uma denúncia de assédio sexual na escola, momento em que sua vida vira de cabeça para baixo. A série espanhola é uma adaptação do livro homônimo do autor espanhol Miguel Sáez Carral, mas se baseou em dois casos reais.
O que acontece em “Não Nos Calaremos”?
A série aborda temas de forte impacto social, como estupro, depressão e suicídio. Alma é vítima de abuso sexual depois de sair transtornada de uma festa, quando um amigo a leva para a casa dele e se aproveita da situação.
Enquanto supera seu próprio trauma, Alma descobre que sua amiga, Berta (Teresa de Mera), sofreu vários episódios de abuso sexual, praticados por um professor do colégio, que vai preso após enfrentá-lo e denunciá-lo.
O nome do perfil criado por Alma, @Iam_colemanmiller, que expôs o abusador, é inspirado no nome de duas mulheres que passaram pelo mesmo: Daisy Coleman e Chanel Miller.
Histórias reais inspiraram “Não Nos Calaremos”
Daisy Coleman é uma jovem norte-americana, estuprada aos 14 anos, em 2012, por Matthew Barnett, de 17, história que pode ser vista em documentário da Netflix chamado “Audrie & Daisy” (2016).
Na época que denunciou o crime, Daisy, que afirma ter sido drogada pelo criminoso, teve que lidar com o fim das investigações, devido à influência da família de Matthew, tentando cometer suicídio algumas vezes.
Daisy criou a organização SafeBae (Before Everyone Else) para combater a violência sexual nas escolas, mas tirou sua própria vida em 2020, segundo amigos por medo de ameaças que vinha recebendo.
Chanel Miller foi abusada sexualmente durante uma festa da Universidade de Stanford, aos 22 anos, em 2015, e encontrada inconsciente e sem nenhuma peça de roupa, perto de uma lixeira.
Brock Turner, o culpado foi condenado a seis meses de prisão por agredir sexualmente e tentar estuprar a vítima embriagada e inconsciente, mas ganhou liberdade condicional, com metade do tempo de pena.
A história teve repercussão mundial e foi contada no livro “Eu Tenho um Nome”, escrito por Miller, que afirmou que tudo que queria era dormir para não precisar ficar consciente e reviver o trauma que sofreu.