“O Caso Asunta”, minissérie baseada em fatos reais da Netflix, acompanha a investigação do desaparecimento e assassinato de Asunta Basterra, de 12 anos, adotada pelos espanhois Alfonso e Rosario, que foram considerados culpados pelo crime que aconteceu em 21 de setembro de 2013 e teve grande repercussão na mídia espanhola.
Por que Alfonso e Rosario adotaram Asunta Basterra?
A minissérie da Netflix reconstrói o assassinato de Asunta Basterra. Em setembro de 2013, Alfonso e Rosário chegaram a notificar o desaparecimento da criança, mas rapidamente foram apontados como responsáveis pela tragédia.
A menina, de origem chinesa, foi adotada quando tinha um ano por Alfonso Basterra e Rosario Porto, que eram de Santiago de Compostela, na comunidade autônoma da Galiza, no noroeste da Espanha.
Casados desde 1996, os dois decidiram adotá-la em 2000, devido à doença de Rosario, que sofria de lúpus eritematoso, condição que dificulta a gravidez e pode levar à morte da mãe durante a gestação ou no parto.

O quadro foi fundamental para que optassem pela adoção. Quando Asunta chegou, tinha apenas 9 meses e foi criada em um ambiente privilegiado e aparentemente feliz, com pais ricos e influentes na Espanha.
Na época, Alfonso era uma jornalista ecônomico conhecido no país, enquanto Rosario era uma advogada de sucesso. O casal se divorciou em fevereiro de 2013, poucos meses antes do assassinato de Asunta, cometido pelos pais.
Diante da separação, ficou definido que o pai adotivo ficaria responsável pela criança e a mãe, que já sofria com lúpus e crises constantes de depressão, daria o suporte financeiro necessário, morando em apartamento próximo ao deles.
No dia 21 de setembro de 2013, Alfonso e Rosario reportaram o desaparecimento de Asunta às autoridades. Pela manhã, um casal encontrou o corpo dela em uma área próxima à casa de campo dos pais adotivos.

Asunta foi asfixiada e encontrada amarrada em cordas laranjas, após ter sido dopada com alta dose de lorazepam, calmante utilizado para o tratamento de ansidade. Ao depor, o ex-casal apresentou algumas inconsistências.
Durante as investigações, foi comprovado que Alfonso comprou o medicamento usado para dopar Asunta e que a criança não tinha ficado em casa quando Rosario alegou que foi visitar a família, com imagens de câmera de segurança delas juntas em posto de gasolina.
A mãe teria pedido ainda para usar o banheiro após saber do crime, quando foi ao quarto e tentou se livrar de pedaços da mesma fita laranja com a qual Asunta foi amarrada, enquanto Alfonso foi apontado como autor por ter planejado cada um dos passos.
Dois dias após o assassinato, Rosario foi presa e Alfonso teve o mesmo destino. Ambos aguardaram o julgamento presos, até serem condenados, em março de 2016, com 18 anos de prisão estipulados como pena. Rosario se suicidou na prisão em 18 de novembro de 2020.