No final de 2015, a Globo irritou ativistas que atuam no combate ao HIV/Aids ao abordar o tema na novela “Malhação”. Na trama, um personagem é soropositivo desde o nascimento (adquiriu o vírus HIV da mãe), e o objetivo é mostrar que uma pessoa nessas condições pode e deve levar uma vida normal.
O problema é que na última década a infecção por HIV voltou a crescer no Brasil justamente entre os mais jovens (de 16 a 24 anos), fato que vem despertando intensa preocupação em ONGs e no Governo. Além do mais, abordar este tema exige grande cuidado, uma vez que é preciso evitar informações erradas e termos discriminatórios. Para muitos especialistas, foi aí que “Malhação” pisou na bola. Entenda.
#5 – Paranoia
São mínimas as chances de contágio do HIV durante um eventual choque na prática de esportes. Claro que é preciso tomar cuidados, mas é importante evitar paranoias. Em “Malhação”, a personagem Luciana (Marina Moschen) fica absurdamente preocupada (e suas amigas também) ao machucar a testa num choque com Henrique (Thales Cavalcanti), que tem HIV, durante um jogo de basquete.
#4 – Profilaxia não é cura
A personagem Luciana é submetida então a um tratamento com medicamentos que compõem a Pep (Profilaxia pós-exposição sexual). A medida, sem os devidos esclarecimentos, ajuda a difundir entre os jovens a impressão de que hoje já existem medicamentes que curam a Aids.
#3 – Desinformação
Para os ativistas, “Malhação” contribuiu apenas com a desinformação e o preconceito com portadores de HIV. Apenas vários episódios depois do incidente do jogo de basquete foi ao ar uma cena no qual um médico explica sobre as reais chances de contágio por HIV e a importância da prevenção sexual.
#2 – Maiores críticas
Lucinha Araújo, mãe do músico Cazuza e presidente de Associação Viva Cazuza, divulgou comunicado no qual ataca a Globo e “Malhação” por, segundo ela, difundirem o preconceito e ajudar a passar informações erradas para os jovens – justamente faixa etária na qual a infecção por HIV vem crescendo.
#1 – Defesa
Em sua defesa, Emanuel Jacobina, autor de “Malhação” disse que uma consultoria o ajuda a abordar o tema, mas que o objetivo da inclusão de um personagem soropositivo é justamente mostrar a possibilidade de uma vida normal.