Como reality ajudou Maria Eugênia com a síndrome do pânico: “Busco viver mais leve”

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Se você já fez intercâmbio ou passou um feriado na casa de parentes, de amigas, de crush, do namorado, colega de escola, pessoal da firma, quem quer que seja, deve ter rolado uma timidez ou nervosismo bem fortes, né? E isso mesmo tendo ali alguém que você já conhece.

Agora, o que Maria Eugênia Suconic – apresentadora do reality show “Adotada”, da MTV – passa toda semana vai um pouco além disso. Ainda mais para quem já sofreu de ansiedade e síndrome do pânico, a ponto de não conseguir sair da própria casa.

“Adotada” é um desafio contra ansiedade

Maria Eugênia teve síndrome do pânico por cerca de dez anos. Curada antes de estrear na MTV, o programa foi um tipo de cereja no bolo, o último chacoalhão que a ruiva deu para mandar para longe o transtorno.

Em entrevista concedida ao Vix durante as gravações da nova temporada, a apresentadora recordou que em certos períodos em que sofreu com a síndrome não conseguia fazer nada que não soubesse previamente como seria. “Precisava saber o que tinha no cardápio de um restaurante para conseguir ir lá”, exemplifica.

Hoje, o desafio de Maria Eugênia é viver o “total contrário” da época em que sofria com a doença. “Eu não sei o que vai acontecer na casa que eu estou indo, não tem como prever. O programa me ajudou muito a amadurecer um monte de coisas em mim… e a perceber que algumas outras coisas eu não vou amadurecer nunca, né?”, brinca.

O formato do “Adotada” não permite muitas previsões. Aliás, não permite nenhuma. Tanto que a última temporada concorreu ao Emmy Internacional na categoria “Entretenimento Não-Roteirizado”. No programa, que chega à sua 4ª temporada, Mareu é adotada por uma família diferente em cada episódio.

Uma realidade diferente a cada semana

Maria Eugênia não conhece ninguém das casas para onde vai e precisa aprender a conviver com as pessoas, conhecendo as manias, costumes e cultura de cada lugar e também mostrando muito do seu jeito de ser.

Ela conta que se surpreendia muito com “a coisa do pré-conceito total” durante as gravações. “Todo mundo tem aquilo de falar que o Acre não existe. Pô, existe e existe pra caramba, com pessoas maravilhosas! Fui para Natal e nunca tinha ido, fiquei super empolgada. João Pessoa tinha ido muito rápido a trabalho antes. Lá eu morei com escoteiros para essa temporada. Foi divertido, imagina depois de velha virar escoteira. É sempre surpreendente. O mais legal é descobrir diversas formas de viver, e só vivendo eu não ia passar por isso, preciso do programa para conseguir conhecer todas essas formas”.

Em busca de uma vida mais leve

Toda a experiência da adotada da MTV é dividida com muito bom humor. Traumas que, possivelmente, tenham ficado com Mareu não são seus pontos principais. Irreverência, espontaneidade e bom humor ficam muito mais evidentes quando fala sobre como o programa ajuda na superação da síndrome.

“Óbvio que eu tenho uma equipe de produção que me acompanha, que pesquisa o lugar, as pessoas, que me deixa mais tranquila e segura”. Estar acompanhada da equipe a encoraja, mas não tira o desafio de encarar uma situação inédita.

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“O primeiro contato com a família é o mais difícil”, destaca. Outro ponto interessante que o programa trouxe para a vida dela é viver experiências que jamais imaginaria antes. E ela enumera: todas as situações de “Adotada” nunca tinham passado pela sua cabeça:

”Você passar quase 50 vezes pela situação da conhecer a casa da pessoa e fazer coisas que uma pessoa normal não passaria, tipo pular de trampolim, fazer aula de tiro”. Uma das novidades dos episódios inéditos deixou Mareu sem reação: uma aula de teatro. “Foi a coisa que mais me travou em toda a temporada! Travei. Não consegui fazer nada, fiquei super nervosa. A gente não espera e não consegue saber o que vai te travar”, revela.

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A nova temporada traz uma responsabilidade a mais: manter o bom nível dos últimos episódios, que quase ganharam o premio internacional – a atração brasileira perdeu o Emmy Internacional em 2016 para um programa da Suécia no qual descendentes americanos retornam aos país europeu para saber mais informações sobre seus ancestrais suecos.

Mareu acredita que a indicação possa trazer mais público e críticas ao programa. “A indicação me deixa com um pouquinho mais de responsa. Imagino que uma galera vá ligar a TV e falar ‘Pô, é esse o programa que quase ganhou o Emmy ano passado?’” Para ela, o que faz esquecer essa ansiedade é a diversão em gravar os episódios.

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Os números de audiência comprovam que o prazer que ela conta sentir em fazer “Adotada” são compartilhadas pelo público. Transmitido pela MTV em toda a América Latina e Portugal, a 3ª temporada foi assistida por mais de 5,5 milhões de pessoas no Brasil, um aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior, segundo o Ibope. Outras fontes menos oficiais, mas bem precisas também, como os Trending Topics do Twitter, expõem o engajamento do público: 14 dos 16 episódios da temporada 3 estiveram presentes nos TTs do Brasil. 

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