O protagonista de “Atypical” é Sam Gardner, um garoto de 18 anos que vive com seus pais e sua irmã mais nova, estuda, trabalha e é tímido com as mulheres. Você pode achar já ter visto roteiro semelhante, mas Sam também possui um transtorno do espectro autista (TEA), e essa é a diferença que define a série.
Razões para adorar a série “Atypical”
Os oito episódios da primeira temporada retratam a vida cotidiana de Sam, suas tentativas de ter sua primeira namorada e como seu transtorno afeta seu dia a dia. Apesar de levar uma vida normal, o personagem está sempre envolvido em situações desconfortáveis típicas da adolescência e que, ao mesmo tempo, são divertidas. A seguir, veja outras 6 razões pelas quais você deveria assistir à série.
1. As interpretações
Keir Gilchrist é Sam Gardner, um estudante de 18 anos obcecado pela Antártida e o reino animal que tem um transtorno autista de alto funcionamento. Atualmente, sua maior preocupação é ter uma namorada e experimentar suas primeiras relações sexuais. Um objetivo bastante particular para um jovem com dificuldade em interpretar as emoções dos outros.
Gilchrist consegue transmitir uma atuação verossímil, que se conecta com o telespectador mesmo que possa ser um pouco chocante em certas circunstâncias. Dois dos nomes que se destacam no elenco da “Atypical” são os da premiada atriz de cinema Jennifer Jason Leigh e do ator Michael Rapaport.
A atriz Jason Leigh, que também participa do retorno de “Twin Peaks”, assume o papel de Elsa, a mãe em tempo integral e superprotetora de Sam. Desde o início, Elsa conseguiu se manter informada e estabelecer contatos com outras mães cujos filhos também foram diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Já Michael Rapaport é Doug, o pai de Sam. Ele tem um relacionamento distante com seu filho e nunca tentou entender sua condição, nem mesmo compartilhá-la com outras pessoas fora da família. Finalmente, há Brigette Lundy-Paine como Casey, a irmã mais nova de Sam, uma atleta com grandes aspirações e uma personalidade muito alegre, cuja relação de cumplicidade com seu irmão, tratando-o como igual, constitui os melhores momentos da série.
2. Uma maneira de entender o autismo
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 160 crianças no mundo sofrem de transtorno do espectro autista. Cada TEA tem suas particularidades dependendo da pessoa, nem todas apresentam atraso cognitivo ou na aquisição de linguagem, algumas apresentam um nível de inteligência normal ou acima da média. Apesar disso, todos os pacientes com autismo compartilham certos padrões de comportamento aos quais os pais devem estar atentos para conseguir um diagnóstico precoce e assim melhorar o desenvolvimento de suas habilidades.
Dentro do espectro autista, e embora a série não especifique, Sam parece pertencer ao grupo de pessoas com transtorno de desenvolvimento generalizado, também chamado de autismo leve ou atípico. Algumas das características que apresenta têm a ver com evitar o contato visual, fazer movimentos repetitivos para desestressar (como quando o vemos caminhar em círculos em torno de alguma coisa) e a falta de interesse em seus pares. Ele também é frequentemente afetado por luzes e ruídos, por isso usa fones de ouvido ao caminhar pelos corredores do colégio.
O retrato da vida de um adolescente com uma desordem particular é uma maneira de incentivar sua visibilidade na sociedade e poder entender um pouco mais como estes jovens com TEA processam a informação que lhes chega do exterior.
3. Drama e comédia em doses equilibradas
As situações habituais dentro da trama de “Atypical” podem resultar bastante cômicas sem perder de vista o drama de fundo. A honestidade brutal de Sam e seus impedimentos para interpretar as intenções dos outros, o leva a entrar em vários problemas, produzindo cenas divertidas. A série não sofre momentos de tensão e tem seu pico no final da temporada. Ambos os gêneros se combinam de modo eficaz para nos dar um ponto de vista divertido e emocional.
4. Nem tudo gira em torno de Sam
Apesar de ser o protagonista da história, Sam não fica muito tempo em cena. As mudanças nas vidas dos membros de sua família e a forma como eles se adaptam à necessidade de independência de Sam são uma característica fundamental da trama. No decorrer dos capítulos, vemos como Elsa descobre estar se afastando um pouco do seu papel de mãe superprotetora e Casey vivendo sua primeira relação amorosa, ao mesmo tempo em que enfrenta um desafio acadêmico. Mesmo a vida sentimental da terapeuta Julia (Amy Okuda) tem seu momento no programa.
5. Ritmo leve
A primeira temporada disponível tem oito episódios e cada um com uma duração de 30 minutos. A série cumpre a sua função primordial ao ser divertida e fresca, com personagens carismáticos que a deixam ainda mais agradável.
6. Explora um assunto tabu
O sexo é uma questão pouco abordada no geral, e na ficção não é diferente, principalmente quando se trata de pessoas dentro do espectro autista. Geralmente, o entorno tende a vê-los como filhos eternos e não concebe a possibilidade de que eles possam desenvolver uma vida sexual plena.
Sam não sabe como dizer a sua família seu desejo de ter relacionamentos e isso desperta a preocupação de Elsa, que ainda não pode aceitar a ideia de que seu filho está lentamente se tornando um adulto livre e independente. São seu amigo Zahid e sua terapeuta que desempenham um papel fundamental, estimulando o adolescente a enfrentar esta situação com a maturidade e de forma gradual.
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