Um dos maiores projetos da vida de Benedito Ruy Barbosa, “Pantanal” foi lançada originalmente em 1990, depois de passar anos engavetada. Ao conseguir tornar possível seu sonho, a conquista não foi apenas do autor, mas de sua família.
Mais de 30 anos depois, três do netos do criador da história se uniram para tornar possível o remake, como forma de honrar o legado do avô e homenageá-lo por toda a inspiração desde a infância. Em entrevista exclusiva ao Zappeando, Paula Barbosa, uma das netas, falou sobre este legado: “Ninguém vai fazer como a gente”.
Neta do autor e atriz de “Pantanal” fala sobre legado da família
Para que “Pantanal” se tornasse possível, foi necessário um ato de coragem de Benedito Ruy Barbosa, que pediu, na época, demissão da TV Globo e foi dar vida ao roteiro, que estava engavetado há anos, na Rede Manchete.
O sucesso da história que exibiu a beleza e a importância de um dos maiores biomas do Brasil, criou marcas eternas para a família do autor, que acompanhou de perto a produção da história. Neta de Benedito, Paula Barbosa tem como as lembranças mais marcantes de sua infância os momentos que cercaram a trama.
“Eu lembro de toda a minha família assistindo em um telão na sala, do meu avô escrevendo no escritório dele, eu subindo as escadas para conversar com ele. Claro, não era sobre a novela, porque eu era muito nova, mas sempre a lembrança dele sentado na máquina dele para escrever”, relembrou a atriz, que interpretará Zefa no remake.
“Tenho lembranças muito gostosas deitada no peito dele e ele contando histórias da sucuri, algo que me fazia ter medo de descer da cama, porque em volta era o rio cheio de piranha”, relembra, com muita nostalgia.
Depois de mais de 30 anos, fazer parte da nova versão faz com que a atriz acesse a sua criança interior, ficando extremamente emocionada ao estar dentro de algo criado por uma de suas maiores referências.
O convite veio de forma muito natural. Com a confirmação de que “Pantanal” seria produzida pela Globo, o próprio Benedito Ruy Barbosa recomendou que a neta estivesse envolvida, uma imensa alegria para Paula, que não recusou e, mais tarde, descobriu que se encaixava no perfil de Zefa, a empregada de Tenório e ‘Bruaca’ (Isabel Teixeira).
No entanto, ser atriz não foi algo tão óbvio para ela, que decidiu explorar outros lados antes de ter certeza. “Eu tentei fazer um milhão de coisas na minha vida, que valeu demais para mim. Fiz teatro, mas ficou uma coisa de ‘será que isso é hobby ou vai virar uma profissão?’. Eu fui a primeira a me questionar sobre isso”, contou.
“Meu avô colocou um pouco de receio nisso, acho que por toda dificuldade que ele passou nessa área. Então eu fiz dois anos e meio de direito, estudei fonoaudiologia, fiz curso técnico em estética, tentei fazer outras coisas para saber se eu tava só com a cabeça nessa coisa de ser atriz ou se era aquilo mesmo”, ainda complementou.
Herdeiros de Benedito
Afirmando ter herdado essa dedicação do avô, Paula Barbosa acredita que Benedito Ruy Barbosa sempre quis incentivar todos aqueles que tinham veia artística na família, deixando o caminho livre para que eles fizessem parte do seu mundo.
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Sobre seus primos, que também estão diretamente ligados ao remake, a atriz garantiu que faz parte de um legado. Enquanto Bruno Luperi assina a adaptação da novela, Rafael Luperi, irmão do autor, fica à frente da trilha sonora da produção.
“Da minha família, meu tio Marcelo e o Rafinha [Luperi] com a parte de música. Rafael é maestro, tá super envolvido com esse trabalho musical. O Bruno [Luperi] escreve”, elenca, continuando: “Meu irmão, Marcos [Barbosa], escreve, ‘Meu Pedacinho de Chão’ foi ele quem fez com o meu avô […] Além de ajudá-lo lá atrás, quando ele quebrou o braço, apesar de a minha mãe e minha tia serem assistentes”, relembrou.
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Para ela, que espera ter a oportunidade de participar de outros remakes das obras de seu avô, o envolvimento dos netos de Benedito em “Pantanal” foi algo natural e necessário.