“Mulheres Apaixonadas” influenciou em três causas na vida real quando exibida pela 1ª vez

Além de ter sido um sucesso de público na primeira vez em que foi exibida pela TV Globo, em 2003, a novela “Mulheres Apaixonadas” contribuiu para debates sobree assuntos controversos como homossexualidade, alcoolismo e relacionamentos abusivos.

De forma ainda mais prática, direta e significativa, a trama escrita por Manoel Carlos também influenciou três causas muito importantes para a sociedade brasileira: jogou luz sobre a questão do desarmamento, abordou a violência doméstica e falou sobre proteção aos idosos.

“Mulheres Apaixonadas” protestou por três causas

Campanha pelo desarmamento

Ficção e realidade se misturaram em “Mulheres Apaixonadas” quando o assunto do desarmamento foi abordado. Promovida pelo Movimento Viva Rio, a passeata Brasil Sem Armas reuniu cerca de 40 mil pessoas em Copacabana e acabou fazendo parte da trama.

Cena de
Divulgação/Globo

Participaram da manifestação diversos atores da novela, incluindo Tony Ramos, caracterizado de cadeira de rodas, representando o personagem Téo, que estava em processo de recuperação após ser atingido por uma bala perdida.

De acordo com informações da ” Agência Brasil“, o movimento que tinha o objetivo de pressionar a aprovação do Estatuto do Desarmamento obteve sucesso e foi sancionado em 23 de dezembro de 2003, dois meses depois do último capítulo da novela ir ao ar.

Combate à violência doméstica

Na novela de Manoel Carlos, o tema da violência doméstica foi explorado de forma bastante direta e dramática com a história de Raquel (Helena Ranaldi), que constantemente era vítima de abusos físicos promovidos pelo marido, Marcos (Dan Stulbach).

Dan Stulbach e Helena Ranaldi em cena de
Globo/ Renato Rocha Miranda

Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, após a exibição do capítulo em que a personagem denuncia o companheiro à Delegacia Especial da Mulher, o número de denúncias contra violência doméstica aumentou em todo o País. Somente no Rio de Janeiro, o registro de ocorrências aumentou em 40%. Pouco mais de dois anos depois da exibição da novela, a Lei Maria da Pena, que coíbe atos de violência doméstica contra a mulher, foi instituída em todo o Brasil.

Aprovação do Estatuto do Idoso

Na novela, a personagem Dóris (Regiane Alves) deixava o público chocado toda vez que praticava maus-tratos contra seus próprios avós, Flora e Leopoldo. As cenas de impacto não somente promoveram o debate sobre o assunto, como também incentivaram o aumento de denúncias de agressões contra os idosos a partir de um número de telefone divulgado na própria novela.

Os registros crescentes fizeram com que o Senado aprovasse, ainda em 2003, o Estatuto do Idoso que, há tempos, era apenas discutido no Congresso. Na época, a atriz Regiane Alves participou da audiência e, à ” Agência Senado“, declarou: “Devemos respeitar e dar atenção e carinho aos idosos e divulgar seus direitos. O estatuto deve ajudar, e nosso trabalho está dando uma força”.

“Mulheres Apaixonadas”