Gloria Perez compartilhou com o público de “Travessia” a história real por trás do final de Brisa (Lucy Alves), que vai conseguir se provar mãe biológica de Tonho (Vicente Alvite), confirmando um diagnóstico de quimerismo, uma condição genética bastante rara, que permite que o mesmo indivíduo faça a formação de duas sequências de DNA. Saiba mais!
História real que inspirou o final de Brisa em “Travessia”
A autora da novela do horário nobre se baseou em um documentário internacional que registra o caso raro de uma mulher, diagnosticada com a mesma síndrome, que passa por virada ao ter mais um bebê.
https://twitter.com/gloriafperez/status/1653214048001875968
A matéria em questão retrata a saga de Lydia Fairchild, que se candidatou para participar do programa de assistência do governo do estado de Washington, nos EUA, quando o marido e os dois filhos tiveram que ser submetidos a teste de DNA.
O resultado acusou que Lydia não era a mãe dos bebês, enquanto o marido, Jamie Towsend, teve o parentesco confirmado. Isso fez com que encarasse um pesadelo para tentar provar judicialmente a guarda das crianças.
Na época, uma das assistentes sociais chegou a dizer para Lydia que “o DNA é 100% infalível e não mente”. “Quando me sentei, eles vieram e fecharam a porta, e eles simplesmente voltaram e começaram a me encher com perguntas como, ‘Quem é você?”, recordou em entrevista à ABC News.
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Em “Travessia”, o mesmo se repetiu com Brisa quando não foi constatado que seria mesmo mãe de Tonho em suscetivos exames de DNA, sustentando ainda acusações inverídicas de que seria uma sequestradora de bebês.
Dona da história da vida real, Lydia chegou a ser ameaçada e entrou com processo judicial para proteger os filhos e poder continuar criando eles ao lado do marido. “Sabe, podemos ir buscar seus filhos a qualquer hora”, disseram.
Os testes chegaram a ser refeitos em vários laboratórios e todos deram o mesmo resultado para o desespero de Lydia. Quando o pior parecia inevitável, o caso de uma outra mulher, Karen Keegan, chamou a atenção das autoridades.
A mulher em questão descobriu a anormalidade do código genético incompatível com o dos filhos porque um dia precisou de um transplante de rins: essa mãe tinha o sangue dela com um genoma e os tecidos com outro.
Ao pedir que exame fosse refeito em nódulo da tireoide, Karen conseguiu provar o parentesco. O desespero e agonia de Lydia, que se assemelham ao de Brisa, inspiraram Gloria Perez a abordar a condição genética.
Até aquele momento, o quimerismo tinha apenas 30 casos documentados mundialmente e segue sendo bem raro, mas permite que um mesmo indivíduo abrigue em seu organismo dois tipos de células geneticamente diferentes.
O final de Brisa reserva uma grande semelhança com o de Lydia na vida real. Mãe de duas crianças, a mulher estava prestes a dar à luz para uma terceira, quando oficial de justiça realizou nova coleta de DNA, ainda na maternidade.
Mais uma vez, o resultado foi que os códigos genéticos não batiam, mesmo que todos tivessem presenciado o parto, fazendo com que Lydia fosse confirmada como uma “quimera”. O mesmo acontece com Brisa.
A mocinha vai conseguir se provar mãe de Tonho depois de ser mãe de uma menina, fruto do relacionamento com Oto (Romulo Estrela), com quem enfim ganha um final feliz, podendo recuperar a guarda do garoto.