Pouco mais de 50 anos depois dos eventos mostrados no filme “A Sociedade da Neve” (“La Sociedad de la Nieve”), da Netflix, 14 dos 16 sobreviventes do acidente aéreo que aconteceu na Cordilheira dos Andes, em 1972, continuam vivos. Javier Methol e José Luis “Coche” Inciarte morreram em 2015 e 2023, respectivamente.

Muitos deles escreveram livros sobre o incidente a partir da própria perspectiva e, apesar de não estarem diretamente envolvidos na produção de “A Sociedade da Neve”, foram consultados para a criação do roteiro. Saiba o que aconteceu com os sobreviventes do “Milagre dos Andes”:
Sobreviventes de “A Sociedade da Neve”
Roberto Canessa

Estudante de medicina na época da queda do avião, Canessa se tornou cardiologista pediátrico e palestrante motivacional. Mais tarde, segundo informações do site “Screen Rant”, Canessa lecionou na pós-graduação da Universidade da República e até concorreu à presidência do Uruguai em 1994, mas não venceu.
Gustavo Zerbino

Zerbino virou Diretor e CEO da Federação Uruguaia de Rugby, título que ainda detém atualmente. Ele também é palestrante motivacional e especialista nas áreas de gestão de adversidades, liderança e motivação, falando em muitas faculdades aclamadas em todo o mundo.
Eduardo Strauch

Arquiteto e pintor, ele abriu um ateliê de arquitetura com o melhor amigo de infância, Marcelo Pérez, em 1968, e é casado com Laura Braga, com quem tem cinco filhos.
Álvaro Mangino
Mangino atuou em uma empresa de ar-condicionado e é membro do conselho da equipe Old Christians Rugby, time em que os então rapazes jogavam nos anos 1970. Segundo informações da revista “Veja”, morou no Brasil por anos e, atualmente, é avô e vive em Montevidéu, no Uruguai.
Alfredo Delgado
Delgado tornou-se advogado e, diferentemente de vários dos colegas, se mantém discreto quanto à experiência pessoal no acidente. Em 2012, no Chile, no 40º aniversário do desastre, apareceu para jogar rúgbi com os demais sobreviventes.
Antonio Vizintín

Depois de ser resgatado do acidente de avião, ele estudou direito e trabalhou na indústria alimentícia. Vizintín tornou-se vice-presidente da União Uruguaia de Rugby, membro do Conselho de Administração da Fundação Viven, palestrante motivacional e avô.
José Pedro Algorta
Algorta mudou-se de Montevidéu para Buenos Aires, Argentina, onde continuou seus estudos em Economia. Em 2016, escreveu o livro “Into the Mountains: The Extraordinary True Story of Survival in the Andes and its Aftermath”, sobre o acidente de avião, e, nos anos 2000, abriu a própria consultoria, retornando ao Uruguai.
Fernando Parrado

Ele apareceu em vários documentários de televisão e cinema que narram o fatídico evento e, além de apresentador de TV, atua como empresário e palestrante motivacional.
Roy Harley
Harley tornou-se engenheiro industrial e um de seus filhos também jogou no time dos Old Christians, assim como o pai. Ele também faz participações nos documentários “Alive: 20 Years Later”, “Stranded” e “Independent Lens”.
Ramón Sabella
Sabella virou empresário e passou um tempo morando em Assunção, no Paraguai. Assim como muitos dos outros sobreviventes, ele também atuou como palestrante motivacional.
Carlos Páez

Páez seguiu carreira como técnico agrônomo, que depois trocou pela publicidade. Anos depois do acidente, ele chegou a enfrentar vício em álcool e drogas, desafio que qualificou como tão difícil quanto o de sobreviver nos Andes.
Roberto François

Atualmente, Bobby, como é conhecido, leva uma vida discreta com a família em um rancho, atuando na área da agropecuária. Apesar de ser muito discreto, ele foi consultado pelo ator que o interpretou no filme, Agustin Berrutti, e apareceu em uma foto ao lado dele.
Daniel Fernández
Formado em agronomia, tornou-se empresário e, durante 30 anos, não falou publicamente sobre os acontecimentos nos Andes antes de eventualmente se tornar um orador público.
Adolfo Strauch
Pai de quatro filhos, Strauch atua no setor agrário, como fazendeiro de gado, e também apareceu nos documentários “Independent Lens”, “Alive: 20 Years Later” e “Stranded: The Andes Plane Crash Survivors”.
“A Sociedade da Neve”: história real

No dia 13 de outubro de 1972, um avião da Força Aérea Uruguaia que voava de Montevidéu, no Uruguai, com destino a Santiago, no Chile, caiu em uma parte remota e de difícil acesso dos Andes, com 45 pessoas a bordo. O voo 571 levava o time de rugby amador uruguaio Old Christians, do colégio Stella Maris, para uma competição no Chile, além de amigos e familiares do grupo.
Logo após a queda do avião, 12 pessoas morreram imediatamente e outras 17 faleceram nos dias seguintes devido a ferimentos, desnutrição e frio intenso. Os 16 sobreviventes foram resgatados depois de 72 dias isolados em meio a neve.

O fato mais lembrado sobre o acidente de avião e o que causou grande comoção foi o fato de que os sobreviventes só conseguiram ser resgatados com vidas porque se alimentaram dos corpos daqueles que já haviam morrido na tragédia.
Disponível na Netflix, “A Sociedade da Neve” é inspirado no livro homônimo de 2008 escrito por Pablo Vierci, amigo de infância dos jovens que estavam no voo 571. A história também já foi contada no filme “Vivos”, lançado em 1993, e estrelado por Ethan Hawke, Josh Hamilton e John Haymes Newton.