Produção tomou liberdade artística e alterou detalhes na história das protagonistas da história real de “O Royal Hotel”
“O Royal Hotel” (“The Royal Hotel”), em alta na Netflix, se destacou como um thriller psicológico que gira em torno de duas mochileiras trabalhando em um bar isolado. O filme foi inspirado no documentário australiano “Hotel Coolgardie” (2016), que narra experiências reais, como uma abordagem de gênero para o comportamento masculino tóxico.
Entenda as diferenças!
“O Royal Hotel”: mudanças entre o filme da Netflix e história real
“O Royal Hotel” acompanha as mochileiras canadenses Hanna (Julia Garnere) e Liv (Jessica Henwick), que aceitam um emprego no remoto pub australiano Royal Hotel, para ganhar um dinheiro extra e conseguirem continuar aproveitando a viagem.
No entanto, quando o comportamento dos habitantes locais começa a ultrapassar os limites, as meninas ficam presas em uma situação que rapidamente foge do controle, com clientes carentes de mulheres, demonstrando comportamento possessivo, assédio e abuso.

“O Royal Hotel” altera história das protagonistas
Uma das principais mudanças feitas consiste na situação financeira das protagonistas. No filme, Hanna e Liv buscam trabalho porque o cartão de crédito para de funcionar misteriosamente, sem explicação. No documentário, em contrapartida, as mochileiras finlandesas Lina e Steph tiveram seus cartões de crédito roubados em Bali, sendo forçadas a procurar emprego em Perth.
Outra diferença é que, no filme, as duas chegam diretamente na cidade mineradora, enquanto na vida real, um agente de trabalho em Perth ajudou com um contrato de três meses em Coolgardie, onde o zelador do hotel solicitava especificamente jovens funcionárias para trabalharem no cargo.

A pessoa encarregada de recepcioná-las na estação de trem também é diferente. “O Royal Hotel” apresenta Carol (Ursula Yovich), a cozinheira, para buscar as mochileiras, criando uma falsa sensação de segurança. Na vida real, no entanto, Lina e Steph foram até o local com Peter, o gerente do hotel.
Produção tomou liberdades artísticas em “O Royal Hotel”
A forma como a cidade de Coolgardie aparece consiste em uma liberdade criativa tomada pela produção do filme. O local é descrito como um lugar deserto para intensificar a sensação de perigo e vulnerabilidade das protagonistas.
Da mesma forma, a estética do bar no filme é mais datada e os mineiros frequentemente usam uniformes, buscando enfatizar o isolamento. O documentário, baseado em fatos reais, mostra um ambiente de bar mais descontraído, com os clientes vestidos casualmente.

“O Royal Hotel”, além disso, também omite as experiências das garçonetes anteriores. As ex-funcionárias, duas mulheres, desfrutaram da companhia dos mineiros e permaneceram em Coolgardie por um período mais longo do que aparenta o filme.
Por fim, no filme da Netflix, Liv e Hanna incendeiam o estabelecimento em um ato de retribuição simbólica contra a misoginia e o abuso. Entretanto, na vida real, o hotel ainda existe e se chama Denver City Hotel, localizado em Coolgardie, na Austrália, mas sob nova administração e sem viajantes no quadro de funcionários.
“O Royal Hotel” está disponível no catálogo da Netflix.