“A Filha Perdida” é um dos últimos lançamentos da Netflix de 2021 — e fez grande sucesso com os assinantes do streaming. O filme acompanha a história da professora universitária Leda (Olivia Colman) que, de férias sozinha em uma cidade praiana, fica obcecada por uma jovem mãe, Nina (Dakota Johnson) e sua filha, Elena (Athena Martin Anderson).
Desconcertada pela profunda relação entre as duas — e também pelo resto da família, que parece um pouco assustadora —, Leda é tomada pelas próprias lembranças do terror, da confusão e da intensidade de sua experiência de maternidade. Confira o trailer do longa-metragem abaixo:
“A Filha Perdida” é baseado no romance de mesmo nome de Elena Ferrante — autora que também é responsável pela tetralogia “A Amiga Genial”, que já virou série na HBO.
Abaixo, nós explicamos detalhadamente o final do filme da Netflix, que pode ter ficado subentendido para alguns espectadores. Mas atenção: cuidado com os spoilers!

Final explicado do filme “A Filha Perdida”

“A Filha Perdida” começa quando Leda (Olivia Colman) chega a uma ilha grega, onde passará as férias. Para a ocasião, a professora universitária alugou um apartamento por algumas semanas.
Logo em seu primeiro dia de descanso na praia, a mulher encontra uma grande família — que também está de férias no local. Na manhã seguinte, todos enfrentam uma crise: a pequena Elena (Athena Martin Anderson) desaparece e deixa todos em pânico.
Leda acaba encontrando a menininha e a devolve para a sua mãe, Nina (Dakota Johnson). A partir de então, o relacionamento da professora com a espalhafatosa família começa a melhorar.

O desaparecimento de Elena, no entanto, causa um certo desconforto em Leda: ela começa a relembrar da sua relação com as próprias filhas — que já são crescidas e têm 23 e 25 anos.
A partir de então, o passado da mulher vêm à tona. Por meio de flashbacks, é revelado que Leda era uma acadêmica ambiciosa, que lutava para criar as filhas e trabalhar em seu estudo de literatura italiana. No entanto, em certo ponto de sua história, ela começou a ter um caso com um professor de Londres e acabou abandonando o marido e as filhas.
Neste meio tempo, no presente, é revelado que Elena perdeu a sua boneca preferida e não para de chorar. Pouco tempo depois, é mostrado que Leda foi quem roubou o brinquedo da menininha — e que a mulher não tem a intenção de devolvê-lo tão cedo.

Dias depois do desaparecimento da boneca, Leda descobre que Nina tem um caso com Will (Paul Mescal), um jovem que trabalha em um dos quiosques da praia. É, então, que a professora resolve confessar à mãe de Elena que, na juventude, ela deixou as filhas e o marido por três anos para ter uma outra vida.
Mais tarde, Nina resolve pedir ajuda para Leda para acobertar o seu caso com Will — ao que a professora concorda. No entanto, a mulher acaba aproveitando a ocasião para revelar que pegou propositalmente a boneca de Elena. Nina fica furiosa com a situação e sai correndo do apartamento, após enfiar um alfinete de chapéu na rival.
Naquela mesma noite, Leda resolve fazer as malas para ir embora da ilha. Ela entra no carro e, então, vemos uma indicação de que a mulher bateu o veículo perto do mar. Nas próximas cenas, a personagem aparece caminhando até a beira do mar, onde desmaia.
O que acontece com Leda no final de “A Filha Perdida”?

Na última cena de “A Filha Perdida”, Leda é acordada pela água batendo em seu rosto ao nascer do sol. Na sequência, ela aparece falando com uma das filhas no celular – e percebe que as duas estão juntas do outro lado da linha – enquanto descasca uma laranja. Na conversa, a jovem diz à mãe que está preocupada com ela porque não consegue contatá-la há dias. Aparentando estar aliviada e feliz por falar com ela, Leda ri da preocupação da filha, diz que está viva e os créditos sobem na tela.
Pelo desenrolar dos últimos momentos, o final do longa ficou em aberto e duas versões têm ganhado força entre os que assistiram ao filme.

Na primeira versão, um detalhe na cena final leva parte do público a crer que Leda morreu e que as últimas cenas mostram uma versão “pós-morte” da personagem. Isso porque, ao aparecer na deitada na areia, a professora não tinha nenhuma laranja com ela — fruta que, ao longo de todo o filme, remete aos momentos felizes que ela teve com as filhas na juventude.
O “contato” por telefone com a filha — que estava desesperadamente tentando encontrar a mãe — seria um lembrete de que as herdeiras ainda a amam, mesmo após tudo pelo que passaram na infância.
Por outro lado, há quem defenda que a laranja possa ter sido usada apenas como uma metáfora para mostrar a ressurreição de Leda, que se perdoou por ter abandonado as filhas na infância depois de tanto tempo.

Ao passo que a fruta simboliza a relação dela com as filhas e esta aparece em perfeito estado na cena final, ela marcaria a redenção da personagem depois de tantos anos de culpa. Leda encerra o filme, ainda, dizendo a Bianca e Martha que está viva e chora aliviada enquanto descasca a laranja, relembrando os momentos felizes ao lado delas.
“A Filha Perdida”: final do livro

O final do filme – seja ele com a morte de Leda ou não – é diferente do original. No livro de Elena Ferrante, a protagonista vai parar no hospital após sofrer o acidente de carro (e ser ferida por Nina) e acorda com a ligação das filhas, preocupadas com o sumiço da mãe.
“Estou morta, mas estou bem” é a frase de Leda que abre o livro, no qual a protagonista narra as aventuras de suas últimas férias.