
Nesta quarta-feira faz 35 anos que o mundo perdeu Alfred Hitchcock. Ele morreu em 29 de abril de 1980, na Califórnia, onde morou durante a maior parte da vida, apesar de ter nascido em Essex (hoje Londres), na Inglaterra. A alcunha de mestre do suspense sempre acompanha seu nome, mas ele era muito mais do que isso. Era um mestre na arte de fazer cinema em todos os sentidos e influenciou, principalmente, o cinema de autor, que teve na Nouvelle Vague, na França, um de seus maiores movimentos, que revelou cineastas como Jean Luc Godard, François Truffaut, Jean Renoir e Alain Resnais.
Hitchcock dirigiu quase 60 filmes. Ele começou a carreira como diretor de arte no começo do século XX e dirigiu uma dezena de filmes em seu país (ainda na época do cinema mudo), que ficaram conhecidos como “fase inglesa” de Hitchcock.
Nos anos 1930, ele foi para os Estados Unidos e começou sua carreira em Hollywood com um contrato com o produtor David O. Selznick. A parceria não deu muito certo porque o produtor queria ter controle sobre o resultado final dos filmes, o que incomodou Hitchcock. Mesmo assim a dupla ainda conseguiu um Oscar de Melhor Filme com “Rebecca, A Mulher Inesquecível”, em 1940. Mas prêmio máximo como diretor o mestre do cinema nunca recebeu, apesar de cinco indicações ao longo da carreira.
Mas mesmo Hitchcock teve seus momentos de baixa. Muito detalhista (não entrava no set faltando qualquer detalhe a ser definido), também ficou conhecido por maltratar suas atrizes-fetiche. Teria, inclusive, se apaixonado por algumas delas, embora tenha ficado casado de 1926 até o final da vida com Alma Reville.
O cineasta estava em crise com a indústria no final dos anos 1950, apesar de já ser reconhecido como um grande diretor. Estava desacreditado no meio (até pelos custos de suas produções) quando apresentou a ideia de filmar um livro que havia lido: “Psicose”, de Robert Bloch, baseado em um caso real de assassinato. Produtores demoraram a aceitar o projeto, e Hitchcock teve que assumir riscos financeiros para que o filme fosse bancado. O resultado todo mundo sabe: “Psicose”, de 1960”, tornou-se o filme mais famoso da história do cineasta. Quem nunca viu a cena do assassinato no chuveiro com aquela trilha sonora assustadora?
Em 1979, já com 80 anos e afastado do cinema desde 1976 (quando lançou seu último filme, “Trama Macabra”), ganhou um prêmio pelo conjunto de sua obra e brincou, dizendo que provavelmente estava sendo homenageado porque sua morte estava perto. Acertou, infelizmente: morreu um ano depois de insuficiência renal.
Confira alguns grandes momentos da carreira do diretor:
Psicose (a clássica cena do chuveiro)
Rebecca (Oscar de Melhor Filme de 1940 – trailer)
Intriga Internacional (trecho, com legendas em espanhol)
Janela Indiscreta (trecho, com legendas em português)
Os Pássaros (trecho)