Os filmes musicais são verdadeiros divisores de público no cinema. Há quem ame, e há quem não suporte nem ver o trailer. Embora fuja um pouco da realidade, o gênero é mais uma forma de interpretar e traduzir o mundo. As músicas acabam acentuando o sentimento que o filme passa, assim como acontecia no teatro e na ópera, bem antes do cinema.
O primeiro filme musical surgiu em 1927, intitulado “O Cantor de Jazz”. Feito nos primórdios do cinema sonoro, a obra de Alan Crosland teve um profundo impacto na indústria da sétima arte, pois a forma de se fazer filmes estava mudando completamente. O musical é o último gênero que se concretizou a partir de uma evolução técnica do cinema. O início dos anos 30 marcou o ápice de filmes deste tipo, que provocavam uma enorme e satisfatória reação no público.
Desde então, foram produzidas obras extremamente significativas para a história do cinema. Confira a seguir algumas delas:
“Cantando na Chuva” – 1952
Icônico e mágico são alguns adjetivos para descrever “Cantando na Chuva”, um filme que trata justamente da transição entre o cinema mudo e o sonoro. Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) são dois astros de Hollywood, que enfrentam a mudança do cinema e precisam se adaptar e se reinventar para continuar fazendo sucesso. A fórmula funcionou e o filme foi bem recebido pelo público, e hoje é considerado um clássico. A cena em que Gene Kelly interpreta a música-título do filme, “Singing in the Rain”, é com certeza uma das mais famosas do cinema.
“A Noviça Rebelde” – 1965
Mais um clássico dos anos 60, “A Noviça Rebelde” ganhou cinco Oscars em 1966, e recebeu homenagens 50 anos depois da estreia, reforçando seu reconhecimento. Julie Andrews, a queridinha dos musicais, tinha acabado de lançar “Mary Poppins, quando foi escolhida para interpretar a noviça que se opõe ao regimento do convento. Sua personagem acaba indo trabalhar como babá na casa do capitão Von Trapp, mudando o padrão da família e ganhando o carinho das crianças. Porém ela acaba se apaixonando pelo capitão, que estava comprometido. O filme foi um verdadeiro sucesso e continua a encantar as pessoas até hoje.
“Grease: Nos Tempos da Brilhantina” – 1978
A sensação da época sobre a adolescência dos anos 50 traz uma sensação de nostalgia e foi uma das atuações mais marcantes da carreira de John Travolta. Ao lado de Olivia Newton-John, eles formam o casal Danny e Sandy, que acabam no mesmo colégio e reproduzem o comportamento adolescente da época. Quando foi lançado, todos queriam copiar os protagonistas, seja nas roupas, nos cabelos cheios de gel ou nas danças. Embora seja um filme com um enredo simples, serviu de inspiração para vários outros que vieram depois.
“O Fantasma da Ópera” – 2004
O clássico da literatura francesa, escrito por Gaston Leroux, recebeu diversas adaptações, mas a mais famosa é o musical de Andrew Lloyd Webber, que virou filme em 2004. O fantasma, interpretado por Gérard Butler, vivia escondido na Ópera de Paris, quando se apaixona pela jovem Christine Daae (Emmy Rossum), a nova estrela da companhia de teatro. A produção, ambientada nos anos 20, conta com um grandioso cenário e músicas impecáveis, tornando-se uma obra significativa na história dos musicais.
“Os Miseráveis” – 2013
Mais um clássico da literatura francesa, de Victor Hugo, “Os Miseráveis” foi um musical da Broadway, adaptado para o cinema em 2013. Ambientado na Revolução Francesa, com Hugh Jackman interpretando o protagonista Jean Valjean, o longa conta com um elenco de peso e performances musicais de tirar o fôlego. A história é tradicional e literalmente cantada, algo que muitos não gostam em musicais, mas não deixa de ter sua importância no gênero.