4 reflexões importantes que o filme “O Filho Eterno” traz sobre ter um filho com Down

Desde que os primeiros relatos da síndrome de Down surgiram em 1864, quando um médico inglês passou a observar características diferentes em algumas crianças, muitas coisas mudaram. O que permaneceu durante esses anos, no entanto, é o desafio para a família e para as crianças que têm a síndrome.

Esse é o tema central do filme brasileiro “ O Filho Eterno”, lançado pela Sony Pictures em 2016 e dirigido por Paulo Machline. Protagonizado por Marcos Veras, Débora Falabella e pelo pequeno Pedro Vinícius, o longa-metragem é baseado no livro homônimo de Cristovão Tezza e tem uma trama que emociona.

A história se passa em 1982 e gira em torno do escritor Roberto (Marcos Veras), que está animado para o nascimento do filho primogênito. No hospital, ele e a mulher, Cláudia (Débora Falabella), descobrem que o bebê Fabrício (Pedro Vinícius) é uma criança com síndrome de Down e têm que se preparar para uma vida com cuidados diferentes do que tinham em mente.

Ao contrário do que acontece com a sua mulher, a notícia acaba provocando diferentes emoções e conflitos em Roberto, o que afeta a sua relação no trabalho e no seu relacionamento com Cláudia. Acompanhamos o crescimento de Fabrício em uma jornada de 12 anos, e entre muitos obstáculos, conquistas e descobertas, Roberto finalmente acaba descobrindo o verdadeiro significado da paternidade.

Além de emocionar o público, “O Filho Eterno” nos faz refletir sobre os relacionamentos das famílias com crianças que nascem com Down e sobre a reconquista do amor. Separamos algumas observações do longa-metragem que são importantes para entendermos a relação entre pais e filhos.

Reflexões importantes em “O Filho Eterno”

#1 A surpresa e o medo de descobrir um filho com Down

Cláudia e Roberto ficam sabendo que o pequeno Fabrício é uma criança com Down logo após o parto do bebê. A mãe aceita que o filho é especial, mas o que choca a todos é a negação para criar o filho por parte do pai. “O Filho Eterno” toca em pontos duros e cruciais para aqueles que têm um filho com Down, como a surpresa e o medo, por exemplo.

#2 As descobertas sobre o desenvolvimento do filho

Acompanhamos o crescimento de Fabrício no longa-metragem, e à medida que o menino foi crescendo, Cláudia descobriu mais sobre o filho e sobre si mesma. Por ser uma criança com Down, o pequeno precisava de cuidados especiais, como escolas que pudessem prestar mais atenção em suas necessidades e que estimulasse seu desenvolvimento.

Por conta das diferentes visões que os pais tinham a respeito do filho e de como lidar com a síndrome de Down, algo totalmente novo em suas vidas, Cláudia e Roberto acabaram se distanciando dentro do próprio casamento. A mãe, no entanto, sempre foi totalmente aberta e compreensiva quanto à situação do pequeno Fabrício – o contrário do que acontecia com o pai.

#3 Como os tempos mudaram e hoje entendemos melhor a Síndrome

Apesar da síndrome de Down ter sido descoberta em 1864, o distúrbio genético ainda era bastante desconhecido no Brasil já nos anos 1980 – época em que a síndrome ainda era erroneamente chamada de “mongolismo”. Ao longo do filme, enquanto Cláudia tenta todos os métodos para que o filho tenha uma infância normal e para que seu desenvolvimento seja estimulado, enquanto o pai surpreende pela frieza e estranheza em relação ao pequeno.

Somente assistindo ao filme com a cabeça dos anos 80 é possível compreender a desilusão do pai em relação ao filho, já que na época não havia grande compreensão para com as pessoas que tinham Down e a síndrome era vista com extremo preconceito.

#4 A descoberta do amor por parte dos pais

Apesar de Cláudia se mostrar desde o início do filme como uma mãe que ama o filho do modo como ele é, Roberto passa grande parte do filme relutando em aceitar o pequeno Fabrício. É apenas depois de anos de convivência ao lado da criança que o homem passa por uma “recuperação” e se reencontra com seu filho, percebendo que o amor é importante para a vida de qualquer criança.

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